São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997 |
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PM paulista cobrará aumento de Covas
ANDRÉ LOZANO
Segundo o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar paulista, José Luiz de Lira, a corporação reivindica 84% de reposição salarial. Os praças também querem a exigência de conclusão do 2º grau para os praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes). "Queremos piso salarial de R$ 1.050. Hoje um soldado, com segundo grau, ganha R$ 550", afirmou Lira. "Vamos nos reunir na próxima semana para cobrar do governador essas reivindicações, já antigas", completou. Segundo Lira, a PM enviou um ofício a Covas no dia 3 de maio de 1996 pedindo o piso de R$ 1.050. No dia 8 de junho do ano passado, a PM enviou outro ofício. O segundo documento mostrava o alto índice de PMs envolvidos em crimes, o que, segundo a corporação, seria um reflexo das más condições de trabalho. "Não obtivemos resposta em nenhum dos dois casos. Tudo o que ganhamos foi um reajuste de apenas 10% no ano passado", afirmou Lira. Ele disse que a Polícia Civil deverá participar da reunião em que se será definida a data da cobrança do governador. Lira descartou manifestações contra o governo. Ele não defendeu a atitude da PM mineira, mas foi condescendente com a manifestação. "Pelo regime militar, uma manifestação desse tipo não é permitida, mas o PM, antes de mais nada, é um chefe de família que passa necessidade", disse o vice-presidente da associação. Segundo Lira, os baixos salários deixam o PM "psicologicamente abalado". "É difícil controlar uma tropa nessa situação", completou. "Em contato direto com o crime estão os soldados, cabos e sargentos, que ganham menos. Uma tropa com problemas psicológicos não tem condições de enfrentar a criminalidade", disse. José Luiz de Lira afirmou que acha difícil a PM paulista ter uma reação semelhante à PM mineira porque em São Paulo "os salários não são tão baixos". Os soldados, cabos e sargentos da Polícia Militar de São Paulo ameaçaram entrar em greve no dia 1º de maio (Dia do Trabalho) deste ano. O movimento foi convocado por meio de manifestações anônimas nos rádios da PM paulista. Uma voz de mulher pedia para que os praças não comparecessem ao trabalho, no feriado. No entanto, a greve não ocorreu. Texto Anterior: Revolta atinge interior Próximo Texto: Policial pedia a unificação Índice |
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