São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997
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Motorista muda horário para evitar rodízio

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Parte dos motoristas que foram proibidos de usar seus carros por força do rodízio está preferindo mudar de horários a utilizar outro meio de transporte.
Para essas pessoas, vale mais a pena chegar ao trabalho de carro antes das 7h e sair depois das 20h, horário em que vigora o rodízio na Grande São Paulo.
A precariedade do transporte público é a principal razão alegada pelos motoristas que preferem levantar mais cedo para chegar ao trabalho de carro a utilizar outro meio de locomoção.
O dentista Luís César Garcia, 29, saiu ontem do Brooklin rumo à Vila Maria, onde trabalha, com mais de uma hora de antecedência em relação ao horário normal.
"Exagerei. Saí às 5h30 e cheguei no trabalho às 6h15, sendo que a primeira consulta era às 8h. Na semana que vem vou sair um pouco mais tarde." Garcia disse que, de ônibus, demoraria muito mais para fazer o trajeto.
A encarregada de faturamento Neide Araújo, 28, que trabalha em Moema (zona sudoeste) e mora no Parque Cocaia (zona sul), também mudou os horários anteontem, quando seu carro estava proibido de circular.
"Tem ônibus que faz esse caminho, mas leva umas duas horas para fazer o percurso. De carro é mais rápido, ainda mais com o trânsito bom e fora do horário de pico."
Na terça, ela chegou ao trabalho às 6h50. O horário normal é 7h30. "Tomei um café e conversei um pouco", disse.
O projetista Luiz Sato, 42, fez o mesmo. Ele disse que, no seu caso, a opção de transporte seria o táxi. "Moro no Tucuruvi e trabalho em Pinheiros. não tem transporte para cá. Teria que ser táxi."
Depois do expediente, que termina por volta das 18h, Sato disse que iria "tomar uma cervejinha perto do trabalho".
Estacionamentos
A mudança foi detectada também por estacionamentos. Segundo Beatriz Rodrigues Soares Frasson, 27, gerente administrativa da Rod Estacionamentos, houve aumento de 8% no movimento antes das 7h e depois das 20h nos três primeiros dias desta semana.
A mudança foi acompanhada por queda de 15% na arrecadação bruta dos estacionamentos.
(RV)

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