São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997![]() |
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CMN atrai mais dólares e aperta bancos
CARI RODRIGUES
Isso vai estimular a entrada de capital estrangeiro, pois é uma garantia de que o dinheiro captado no exterior terá, pelo menos, a correção cambial das NTN-Ds, enquanto o dinheiro não for repassado. Pela regra anterior, enquanto o dinheiro não era reemprestado ficava depositado no Banco Central rendendo bem menos. O CMN também permitiu a criação de fundos de investimento em empresas emergentes específicos para capital estrangeiro. É mais um reforço para atrair investimento externo que pode financiar o déficit nas contas externas do país. O rombo nas transações do Brasil com outros países atingiu US$ 12,9 bilhões só nos cinco primeiros meses deste ano. Os fundos terão prazo de 12 meses para se constituir e serão isentos do pagamento de Imposto de Renda sobre o ganho de capital. O CMN também adotou medidas mais rígidas para o sistema bancário. As instituições terão de aumentar seu patrimônio líquido proporcionalmente a suas operações ativas -volume de recursos que podem aplicar e dar como empréstimo, por exemplo. Os banqueiros terão de aumentar de 8% para 10% o patrimônio para cobrir riscos de crédito. Isso significa que os bancos terão de dispor de mais capital e reduzir sua alavancagem (quantas vezes o banco pode emprestar com relação aos seus próprios recursos). A medida vale a partir de 1º de agosto e os bancos terão seis meses para os ajustes necessários. Segundo o diretor de Normas do Banco Central, Alkimar Moura, dos 218 bancos comerciais e múltiplos em funcionamento, 11 estão fora das regras, sendo sete deles estaduais. A medida é uma adequação a sugestões de organismos financeiros internacionais, que defendem que países da América Latina tenham coeficiente para garantia de risco maior que os determinados para países desenvolvidos. Derivativos O CMN também estabeleceu capital adicional para suportar riscos com créditos de operações de "swap" no mercado de opções e futuro (derivativos). O percentual será de 16% calculado sobre o risco potencial aplicado considerando a correlação dos ativos e a sua volatilidade. Ou seja, a instituição que fizer uma contratação de "swap" lastreada em dólar e taxa de juros terá um aporte de capital feito conforme a variação desses ativos e do prazo da operação. Outra medida vai permitir que as dívidas provenientes de exportações não embarcadas tenham tratamento diferenciado no caso de falência da empresa exportadora. O principal do financiamento terá prioridade de pagamento, permitindo que a empresa pague as obrigações trabalhistas antes dos juros do financiamento. LEIA MAIS sobre CMN na pág. 2-6 Próximo Texto: Pedindo gás; Às pressas; Com energia; Efeito dominó; Na balança; Pé atrás; Contando os acidentes; Procura-se consultor; Compra fechada; Passando à frente; Buscando o verde; A todo vapor; Gente fina; Animada com o mercado Índice |
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