São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997 |
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Orquestra militar chinesa assusta Hong Kong
JAIME SPITZCOVSKY
O governo de Hong Kong afirmou que a polícia local se responsabiliza pela segurança e não soldados enviados por Pequim. Ontem, cerca de 30 militares chineses foram inspecionar o Centro de Exposições e Convenções, que será palco da cerimônia oficial da devolução de Hong Kong. Emissoras de rádio no território falaram em "soldados chineses preparando o esquema de segurança" para 1º de julho. Os militares, no entanto, eram integrantes da orquestra que vai tocar durante a cerimônia. "É responsabilidade exclusiva da polícia de Hong Kong garantir a segurança da área na qual será realizada a cerimônia", disse um porta-voz da polícia de Hong Kong à agência de notícias "Reuter". A partir da 0h da próxima terça-feira, Hong Kong volta ao controle da China depois de 156 anos de domínio britânico. As cerimônias organizadas para marcar a troca da guarda vão contar com mais de 4.000 convidados. Pequim responderia apenas por defesa e política externa. Mas a presença de tropas chinesas em Hong Kong desperta apreensão no território. A imagem das Forças Armadas da China está associada, em Hong Kong, ao massacre da praça Tiananmen, ocorrido em Pequim há oito anos. Ao reprimir as manifestações pró-democracia, as tropas enviadas pelo governo mataram centenas de pessoas. A China já enviou 196 militares a Hong Kong, encarregados de preparar a chegada e instalação das tropas. O Reino Unido recuou nesta semana e vai permitir que Pequim envie mais 509 militares três horas antes do fim do domínio britânico. A China argumentava que o reforço é necessário para garantir a defesa do território já nos "primeiros minutos de 1º de julho" e para organizar a segurança do presidente chinês, Jiang Zemin, que comparecerá à cerimônia oficial. Os militares chineses já se envolveram em ao menos duas outras polêmicas, o que levou jornais de Hong Kong a sugerir a contratação de um assessor responsável por cuidar da imagem das tropas. Num deles, um general chinês tentou entrar no território sem apresentar documentação requerida. LEIA MAIS sobre a devolução no caderno Hong Kong, China Texto Anterior: Os problemas da Mir Próximo Texto: China tem alerta no noroeste Índice |
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