São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997
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Britânicos irão à posse do novo Legislativo

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

O governo do Reino Unido desistiu de boicotar a cerimônia de posse do futuro Legislativo de Hong Kong, nomeado pelas autoridades de Pequim.
A posse da Assembléia Provisória ocorrerá horas depois da transferência do controle da colônia britânica para a China. O órgão, cujos integrantes foram escolhidos pelo governo de Pequim, tomará o lugar do Legislativo eleito democraticamente em 1995.
Manifestantes se reuniram ontem na frente do Legislativo de Hong Kong para pedir que os deputados aprovem rapidamente um pacote que garanta o respeito aos direitos de minorias depois da passagem do poder para a China.
Os representantes do Reino Unido na posse serão o novo cônsul em Hong Kong, Frances Cornish, e sir Hugh Davies, participante do grupo que vai monitorar a situação no território até o ano 2000.
Um porta-voz da chancelaria britânica disse que a participação dos dois na cerimônia é importante, porque eles terão de lidar com as autoridades de Pequim a partir de 1º de julho.
Oposição
"Isso não implica, de maneira alguma, aprovação ao Legislativo provisório chinês, ao qual continuamos totalmente opostos", disse o porta-voz.
O chanceler britânico, Robin Cook, e a secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, vão boicotar a cerimônia.
O Reino Unido vinha sinalizando que boicotaria totalmente o evento e pediu a outros países fizessem o mesmo.
O país, entretanto, ficou isolado anteontem quando os EUA anunciaram que enviariam um diplomata à cerimônia.
Outros países, preocupados em manter o bom relacionamento comercial com a China, decidiram enviar ministros de Estado.
Novo recuo
É a segunda vez nesta semana que Londres volta atrás em questões de conflito com Pequim.
No início da semana, o Reino Unido autorizou a ida de mais 500 soldados do Exército de Libertação do Povo três horas antes do fim oficial do domínio britânico.
A tropa é a mesma responsável pela repressão aos protestos pró-democracia na praça Tiananmen, em 1989.
Um contingente de 196 soldados chineses já está no território para preparar a transferência de poder.

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