São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997
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Advogado diz que cliente tinha vida "devassa"

LUCAS FIGUEIREDO; AUGUSTO GAZIR
DOS ENVIADOS A PLANALTINA

Para tentar provar que José Carlos Alves dos Santos não mandaria matar a mulher para ficar com uma amante, o advogado de defesa, Joaquim Flávio Spindula, vai argumentar que seu cliente tinha uma vida "devassa" -tinha várias namoradas ao mesmo tempo.
"A promotoria diz que ele mandou matar a mulher para ficar com Crislene Oliveira, mas ela era somente mais uma de suas amantes. Ele gostava de orgias. Vamos utilizar o estilo de vida dele para mostrar que não tem lógica a alegação de crime passional", disse o advogado.
Segundo Spindula, o economista e ex-diretor de Orçamento do Congresso tinha uma vida "devassa". "José Carlos dividia Crislene com outros homens, mas não fazia o mesmo com Ana Elizabeth, porque essa era a mulher que ela amava."
A defesa vai sustentar essa tese com depoimentos, já anexados ao processo, de vigias, ex-amantes e participantes das orgias promovidas por José Carlos. "Crislene era uma amiga sexual, era uma 'amizade colorida', era somente mais uma que aceitava participar das orgias", disse.
O advogado afirmou que, por questões morais, não pretende levar ao julgamento o material pornográfico apreendido pela Polícia Civil do DF na "garçonnière" do economista em 1993.
"Não ficaria bem eu mostrar as fotografias das orgias para uma senhora, por exemplo. Mas tem fotografias no processo que os jurados poderão ver."
Entre as peças encontradas na "garçonnière" estão cinco vibradores, um conjunto de bolas tailandesas anais, velas e sabonetes em forma de pênis, 31 fitas de vídeo e dez revistas pornográficas. Para o advogado, a lista com nomes de 170 mulheres apreendidas na "garçonnière" do economista é mais uma prova material do envolvimento de José Carlos com outras amantes.

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