São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997 |
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Planalto identifica tensão em 5 polícias
RUI NOGUEIRA; WILLIAM FRANÇA; FRANCISCO CÂMPERA
Preocupa também a mobilização de setores das PMs dos Estados da Paraíba, Espírito Santo e Bahia que estão organizando caravanas de solidariedade aos colegas mineiros, segundo a Folha apurou. Por precaução, o comando do Exército determinou que o batalhão de forças especiais, sediado no Rio, entrasse em estado de alerta. Esse batalhão é formado por pára-quedistas treinados em ações de infiltração, assalto e controle de terrenos em conflito. Ontem, em contato com o governo de Minas, o Palácio do Planalto recomendou uma negociação com os líderes dos PMs em greve, com as duas partes cedendo. O governo federal sugeriu que o governador Eduardo Azeredo concedesse um aumento do piso salarial entre o que os PMs querem e o que o governo ofereceu. Na questão disciplinar, a orientação é não punir indiscriminadamente os grevistas. Comissões disciplinares seriam formadas e os líderes teriam direito a defesa. Na avaliação do Planalto, a PM de Minas é a melhor do país e os cabos, soldados e sargentos só aderiram ao movimento porque estavam completamente abandonados pelos seus superiores. Ontem, às 13h, em telefonema para a Casa Militar, em Brasília, o governador Azeredo informou que esperava um desfecho rápido para a rebelião. Piso nacional A bancada de Minas no Congresso começou ontem a mobilizar-se para ajudar nas negociações entre a PM e o governador. Ex-oficial da PM mineira, o líder do PTB na Câmara, Paulo Heslander, vai apresentar um projeto na Câmara propondo um piso nacional para os policiais militares. Heslander disse que decidiu propor o projeto depois de receber informações "preocupantes" do serviço secreto da PM mineira de que oficiais poderiam aderir ao movimento. Ontem pela manhã, Heslander ligou para o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, pedindo uma audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso para falar sobre o projeto. "O ministro gostou da idéia", disse o petebista. "O Exército também está preocupado com o movimento, porque ele pode incentivar as tropas a reivindicarem melhores salários", afirmou Heslander. O cálculo do deputado para o piso nacional é o seguinte: como o Brasil tem aproximadamente 100 mil policiais militares recebendo menos do que R$ 650, o custo mensal não passaria de R$ 10 milhões. (RUI NOGUEIRA, WILLIAM FRANÇA, FRANCISCO CÂMPERA) Texto Anterior: Engenheiro pede retirada de árvores Próximo Texto: PM poderá ter novo regimento interno Índice |
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