São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997
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Morto no RJ dono do bar Bracarense

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O português Armando de Pinho Tavares, 54, um dos sócios do Bar Bracarense, famoso botequim da zona sul do Rio, foi morto com três tiros na cabeça na madrugada de ontem, em Botafogo (zona sul).
O corpo de Tavares foi encontrado às 4h52, no banco do carona de seu Golf preto, de placas LBN-3981, em frente ao número 75 da rua Barão de Lucena, pelo vigia noturno desse prédio e pelo porteiro de um edifício próximo.
No número 75, funciona uma subsede da Cerpros (Caixa de Assistência dos Advogados, vinculada à seção estadual da Ordem dos Advogados do Brasil).
A Folha apurou, junto a funcionários da Cerpros, que o vigia Nelson Silva Barros comentou ter ouvido tiros antes de encontrar o corpo de Tavares. No boletim de ocorrência registrado na 10ª Delegacia Policial, não há referência a isso.
Até agora, a polícia não tem pistas sobre o crime. A hipótese de assalto é considerada pouco provável, porque o carro não foi levado, assim como o dinheiro que Tavares tinha no bolso (R$ 196 e um cheque de R$ 150). Há suspeitas de tentativa de sequestro.
Uma amiga da família, que não quis se identificar, disse estranhar o fato de não haver qualquer anotação, nos canhotos, sobre os três últimos cheques utilizados do talonário de Tavares. A filha única do comerciante, Isabel Cristina, 16, disse à Folha que a família não tem suspeitas sobre o crime.
Tavares foi visto pela última vez por volta de 1h de ontem, logo após fechar o Bracarense. Ele saiu sozinho, dirigindo seu carro. Nesse horário, costumava passear pela zona sul.
Localizado na rua José Linhares, no Leblon, o Bracarense é considerado um dos bares com melhor chope da cidade. Seus frequentadores levam cadeiras de praia para se sentar e beber na calçada.
Durante todo o dia, vários deles ficaram na calçada do Bracarense, comentando o crime. Todos disseram desconhecer qualquer possível inimigo do comerciante. Os clientes contaram que Tavares tinha uma relação muito amistosa com a freguesia e só não tolerava quando alguém ficava bêbado.

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