São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997
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A FESTA PARA...

Ugo Giorgetti, 55, diretor do filme "Festa" - "Jamais vou a festas porque não me convidam. Quem não frequenta perde a prática. Não sou a pessoa ideal para opinar. Eu me divirto mais com o que as pessoas me contam sobre as festas do que participando delas. Para mim, quanto menos gente, melhor. Prefiro um quarteto de cordas a uma sinfonia. Sou mais uma pequena reunião de amigos do que uma festa. O filme mostra a festa em 'off'. Eu filmei o subterrâneo da festa, o inverso da festa, que, por sinal, seria um bom título de filme. Acabei de completar 55 anos e nem nessa ocasião fiz uma festa, passei a noite filmando 'Boleiros', meu novo longa".

Ivan Angelo, 61, autor do livro "Festa" - "Não vejo mais graça em frequentar festas. São Paulo já teve festas fantásticas, antigamente era uma cidade festeira. Hoje as festas acontecem em boates, em clubes, com aquela música desagradável. No livro, a festa, apesar de ser ausente, é o centro da história. A questão é saber o que teria acontecido com as pessoas que foram à festa, já que era um período de repressão e a polícia investigava a vida das pessoas".

Fernando Lee, 35, diretor do espetáculo de dança "Festa" - "No programa do espetáculo apontamos os ingredientes para uma boa festa: boa música, boa comida, boa bebida, mulheres bonitas. Mas nenhuma festa é perfeita sem o bêbado chato e sem o dia seguinte. A festa ideal traz consigo os inconvenientes, a sujeira. A festa começa com o telefonema, o convite. Passa pela preparação, as compras, e inclui o namorado esperando a namorada se vestir e a briga por causa da demora e da roupa curta, tudo isso até chegar ao local da festa".

Ana Maria Carvalho Pinto, 39, promoter de festas do circuito chique - "A festa ideal é aquela que reúne pessoas interessantes, inteligentes e humoradas, com uma pitada de um vinho correto, comida correta, boa música, boa decoração. Não precisa ter exageros. Com simplicidade é possível fazer uma festa chique, ideal, comedida. É possível fazer uma produção com custo baixo. O que dá liga à festa é quem vai a ela, as pessoas. Mas o que não gosto em festas é ter de dar beijo. Deveríamos aprender com os imperadores do Japão e cumprimentar com um leve aceno de cabeça. Beijar tanto é um estresse, um desgaste".

Cacá Ribeiro, 34, promoter e produtor de festas do circuito moderno - "Uma festa bem produzida tem um DJ de comandante, tem uma boa lista de convidados, tem recurso de iluminação. Uma boa lista de convidados tem de ter três colunas: de homens, mulheres e bichas. Festa divertida tem de ter isso. Sou festeiro. Saio toda noite, vou a festas em Belo Horizonte, no Rio, em Curitiba... Quanto mais as pessoas se divertem, mais eu me divirto em uma festa. Para mim, tudo em uma festa deve ser pensado. A festa é uma cena, a sua música é cultura. Festa serve para as pessoas se divertirem, quebrarem a rotina, é o lugar onde elas se arrumam para ir e podem beber e se jogar, como diz a minha amiga Erika Palomino..."

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