São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997
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Cai o ministro da Justiça argentino

Menem aceita renúncia de Elias Jassán

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

O presidente da Argentina, Carlos Menem, aceitou ontem a renúncia do seu ministro da Justiça, Elías Jassán. Ele será substituído pelo atual embaixador argentino nos EUA, Raúl Granillo Ocampo.
Jassán foi obrigado a renunciar devido às suas vinculações com Alfredo Yabrán, um dos empresários mais importantes da Argentina e que está sendo investigado sob a suspeita de ser o autor intelectual do assassinato do repórter fotográfico José Luis Cabezas, ocorrido em janeiro.
A equipe que investiga o crime revelou, há duas semanas, a existência de uma centena de telefonemas entre Yabrán e Jassán (grande parte feita por Yabrán, após a morte do jornalista).
O ex-ministro da Justiça sempre alegou desconhecer o empresário e não conseguiu explicar a razão dos telefonemas -afirmou que estava sendo desestabilizado por "serviços de inteligência".
Yabrán é considerado suspeito no caso Cabezas porque o autor material do crime, Gustavo Prellezo, teria confessado a uma equipe de peritos psiquiátricos que recebeu uma orientação direta do empresário para "pressionar" o fotógrafo.
Cabezas trabalhava na revista "Noticias" e investigava as relações de Yabrán e suas empresas com o governo federal.
Ele foi morto com um tiro na cabeça, e seu corpo foi incinerado. O crime mobilizou o país, e há grande pressão da opinião pública para que os responsáveis sejam encontrados.
Yabrán foi recebido na manhã da última terça-feira pelo chefe de Gabinete de Menem, Jorge Rodriguez, o que provocou um buzinaço na cidade de Buenos Aires durante os 36 minutos da audiência.

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