São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cassino clandestino é fechado em SP

Casa nos Jardins pertenceria a Ivo Noal

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia fechou ontem de madrugada um cassino clandestino que funcionava em uma casa da rua Groenlândia, no Jardim Paulistano (zona sudoeste de SP).
Segundo o delegado Cláudio Kiss, titular do 15º DP (Jardim Paulista), o dono do cassino seria o israelense Menahen Pascal, 45.
Ele foi preso no local, junto com a suposta relações-públicas da casa, Dalva Conceição de Oliveira, 45. Ela tinha cartões de visitas onde se apresentava como relações-públicas de cassinos.
Os dois foram indiciados por crime de jogo de azar, mas vão responder ao processo em liberdade. Ambos já haviam sido presos pela mesma contravenção.
A polícia suspeita que o verdadeiro dono do cassino seja Ivo Noal, considerado o líder do jogo do bicho em São Paulo. Menahen responde a processos na Justiça por suposto envolvimento com Ivo Noal, segundo Kiss.
Cerca de 15 policiais invadiram a casa por volta das 0h15 de ontem. Eles tentaram se passar por jogadores, mas não conseguiram acertar a senha de entrada, mudada recentemente. Então, se identificaram e invadiram a casa.
No local, havia cinco crupiês paraguaios, um garçom, um segurança e 11 jogadores.
Foram apreendidas duas roletas, três mesas para jogos de bacará, uma mesa para jogos de dados, baralhos e recibos de pagamentos de prêmios. "Os prêmios eram altos. Apreendemos recibos de R$ 4.000, R$ 5.000 e R$ 10 mil", afirmou Kiss.
Segundo Kiss, a entrada da casa era controlada por Dalva. Os frequentadores davam seus nomes e falavam uma senha a um segurança, que se comunicava com Dalva por interfone.
A senha, conta o delegado, era "Eu vim por indicação da Dalva do bar Passatempo".
Os que iam ao cassino pela primeira vez deveriam dizer "Sou primeiro passageiro". Os frequentadores habituais diziam "Sou passageiro antigo".
A casa onde funcionava o cassino tinha dois andares. No superior, segundo Kiss, havia "enormes espelhos" que disfarçavam as portas de cômodos onde eram guardados os equipamentos.
Acusados
Pascal negou envolvimento com o cassino. Ele afirmou que foi à casa apenas para pegar seu filho, que estaria participando de um jantar. Dalva também negou a participação no cassino. Ela disse que estava promovendo um "jantar para amigos".
Todos os supostos jogadores, levados à delegacia como testemunhas, repetiram a mesma versão: que foram à casa assistir ao jogo do Brasil contra o Peru e depois iriam jantar.

Texto Anterior: Polícia acha 338 kg de maconha
Próximo Texto: FHC regulamenta fundo para o ensino
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.