São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997
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Mir fica uma hora sem controle

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A tripulação da Mir perdeu controle da estação espacial durante mais de uma hora por causa de problemas nos computadores. O incidente, segundo a Nasa, a agência espacial dos EUA, aconteceu por causa de uma baixa na tensão elétrica.
Frank Culbertson, diretor de programas da Nasa, disse que não houve risco para os dois russos e o norte-americano a bordo da estação russa. Segundo ele, a Mir ficou sem temporariamente sem o computador que controla sua posição em órbita. O problema foi resolvido logo após ser detectado, disse Culbertson.
Os equipamentos necessários aos reparos dos danos na Mir só deverão ser levados ao espaço no próximo final de semana, segundo o Centro de Controle de Vôos Espaciais de Koroliov, situado próximo a Moscou.
A situação da estação ontem foi considerada estável, segundo a direção do centro de controle. Mas especialistas russos e americanos continuavam buscando meios para consertar o buraco de 3 cm2 provocado na colisão com a nave de carga Progress-M34, que aconteceu na quarta-feira, durante uma manobra de acoplagem.
O acidente provocou despressurização de um dos seis módulos da Mir (o Spektr, que teve de ser isolado) e perda de 50% das reservas de energia da estação.
Os instrumentos estão sendo preparados para ir ao espaço a bordo de outro foguete-cargueiro, o Progress M-35. O lançamento deverá ocorrer entre os dias 4 e 6 de julho, no centro espacial de Baikonur, no Cazaquistão.
Evitar riscos
Ontem, a direção do centro de controle aconselhou os três tripulantes da estação espacial a conservar as reservas de energias da nave antes de tentar consertos "arriscados". A bordo estão os russos Vassili Tsibliev e Alexander Lazutkin e o britânico Michael Foale, naturalizado norte-americano.
Eles mostravam sinais de fadiga ontem, quando se comunicaram com os técnicos de Koroliov.
A colisão atingiu somente o Spektr. Além do buraco, foram causados danos em painéis que captam energia solar e em instrumentos armazenadores de energia. No dia do acidente, o módulo foi isolado para deter a despressurização e reduzir o consumo de energia.
No dia seguinte ao impacto, os tripulantes precisaram isolar outro módulo, o Priroda, o último a ser incorporado à Mir. O isolamento foi feito para reduzir ainda mais o consumo de eletricidade.
A necessidade de conservar as reservas de energia da estação espacial e de fazer reparos de emergência obrigaram a tripulação a realizar trabalhos no escuro, com vários instrumentos desligados.
Se a pressurização do ar cair para 75% do normal, a tripulação deverá deixar a Mir, utilizando a nave Soiuz, que está acoplada à estação espacial caso seja necessário abandonar a estação.

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