São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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(F)utilidades

CLEBER MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sempre presentes nas lojas de produtos "populares" e em camelôs, os famosos espelhos de moldura alaranjada são fabricados em um ritmo de produção de quase 25 mil peças diariamente.
São pelo menos 440 mil unidades por mês. E mais: esses números são gerados numa única indústria de São Paulo, a Pavão Espelhos.
Segundo o dono da empresa, Artur Avelino Machado, 37, existem outras duas concorrentes no país, que também despejam milhares de unidades no mercado.
"O espelho lidera as vendas há décadas", diz Machado. Seu pai foi quem abriu a indústria, em 1974. Segundo ele, o produto já existia desde os anos 50.
Machado conta que a borda alaranjada sempre foi a característica do espelho, que sofreu uma única mudança nos seus 23 anos de fabricação: passou a ter moldura de plástico em vez de madeira.
"Não adianta mudar. É o mesmo que tentar fabricar flanela alaranjada de outra cor."
A empresa até que tentou, mas as cores adotadas em tom pastel, segundo ele, não foram bem recebidas pelos consumidores.
O modelo de "espelho popular" que mais vende é um que mede 20 cm por 13 cm. O artigo sai da fábrica por R$ 0,60 e chega ao consumidor por cerca de R$ 2.
Plano Real
Apesar da tradição do produto, as vendas vêm caindo nos últimos anos. "Desde o início do Plano Real, a queda foi de quase 30%", afirma Machado.
Ele acredita que o principal motivo para a queda das vendas foi o aumento do poder aquisitivo da população, principalmente o das classes mais baixas.
"Hoje em dia, o consumidor pode comprar produtos mais caros, ainda que a prazo."
Para tentar evitar o baque da queda de faturamento, a Pavão Espelhos decidiu investir no lançamento de produtos de utilidade doméstica e de materiais de construção. "Vamos começar a produzir até armários para banheiros", antecipa.

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