São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 1997
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PMDB pressiona o governo federal

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

O PMDB nacional pressiona o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL), para que interfiram no processo de impeachment do governador Paulo Afonso Vieira.
Na última quinta, em Florianópolis, líderes nacionais do PMDB, como os deputados Paes de Andrade (CE), Geddel Vieira Lima (BA) e Michel Temer (SP) e o senador Jader Barbalho (PA), ameaçaram romper com o governo FHC caso Vieira fosse afastado.
O partido diz não admitir que Vieira seja o único punido no caso dos precatórios e defende a atuação do governador.
O chefe da Casa Civil do Estado, Eduardo Pinho Moreira (PMDB), disse ontem poder "garantir" que "não haverá" o impeachment. "Não posso entrar em detalhes, pois seria ruim estrategicamente."
Negociação
Os pefelistas com quem Vieira negocia para escapar do impeachment mantiveram o clima de mistério e evitaram a imprensa.
A Agência Folha procurou os oito deputados do PFL no fim-de-semana. A maioria estava, segundo a assessoria, no interior do Estado. A empregada de Onofre Agostini disse que ele estava em Brasília.
Adelor Vieira, favorável ao impeachment, disse que "ninguém (no PFL) demonstrou" estar contra a diretriz de votar em bloco pela destituição. O deputado afirmou acreditar que o governo mantém a aparência de tranquilidade porque necessita dar essa impressão ao buscar os votos de que necessita.
O pefelista Ciro Roza, apontado como possível aliado de Vieira, não confirmou o voto contra o governador. "Crime comum deveria ser julgado como crime comum. Em outros Estados com o mesmo problema, nem CPI houve. Mas não sou eu quem vai decidir."
"Será o julgamento de um homem", disse Roza. Perguntado se votaria pela sua própria consciência ou pela determinação do partido, se tivesse de dar o voto decisivo, voltou a ser evasivo.
"A votação é amanhã (hoje). O assunto é sério. Por que eu me manifestaria hoje? O voto será aberto, vocês vão vê-lo", afirmou.

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