São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 1997
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UNE invade salas e 2 ficam feridos no Rio

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Dois estudantes ficaram feridos em confronto com seguranças antes do início do provão na Uni-Rio (Fundação Universidade do Rio de Janeiro), na Urca (zona sul).
O conflito começou às 12h53, depois de um grupo de militantes invadir o edifício onde 764 estudantes deveriam fazer a prova.
Artur Pimentel, 26, ex-diretor da UNE (União Nacional dos Estudantes), ficou com um hematoma no nariz, consequência de um soco. Eduardo Henrique Soares da Costa, vice-presidente regional da UNE, teve o lábio inferior ferido por um soco.
Liderados por Leandro Cruz, membro da Executiva Nacional da UNE, e por Ricardo Cappelli, presidente da UEE (União Estadual dos Estudantes), os militantes queriam evitar que os estudantes fizessem o provão.
Desde as 11h50 os militantes tentavam, com um carro de som, evitar que os estudantes entrassem no prédio. A proposta da UNE era que uma assembléia decidisse pela participação na prova.
Dez minutos antes da hora marcada para o início da prova (13h), eles decidiram invadir o prédio, para falar aos estudantes nas salas.
No portão, três seguranças tentaram evitar a entrada. Os militantes, cerca de 20, forçaram e invadiram o prédio, perseguidos pelos seguranças. As portas das salas de aulas foram fechadas e os militantes tentaram entrar.
O conflito começou, com socos e pontapés de ambas as partes. Leandro Cruz, da UNE, foi encurralado na porta de um banheiro e surrado por seguranças. Dentro do banheiro, um segurança foi surrado por três militantes, entre eles Cruz.
Nas poucas salas em que conseguiram entrar, os militantes foram mal recebidos pelos alunos, que queriam fazer a prova. Saíram de uma delas sob vaias.
A PM chegou às 13h06. Segundo Adelino Werner, coordenador da Cesgranrio, fundação contratada pelo MEC para ministrar o provão no Rio, não era sua função, mas da Delegacia Regional do ministério, chamar a PM com antecedência.
Após a chegada da PM, os ânimos se acalmaram e começaram as negociações.
Às 13h44, os militantes deixaram o prédio e seguiram para Niterói (a 13 km do Rio).
Também houve confusão no Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado (zona sul do Rio), invadido às 13h por dez estudantes.
O coordenador do provão no local, Maurício Vasconcellos, tentou impedir a invasão e foi agredido com um soco na boca.
Após o tumulto, a diretora do colégio, Marília Mattos liberou o acesso dos militantes.

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