São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Votação albanesa tem presença de 65%

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de 65% dos eleitores albaneses foram ontem às urnas escolher o novo Parlamento do país. As eleições transcorreram em relativa calma -choques isolados deixaram três mortos-, apesar do clima de violência no país. Quase 1.500 pessoas morreram na guerra civil nos últimos quatro meses.
A eleição ocorreu sob toque de recolher. A votação terminou às 18h locais (13h de Brasília) -a oposição conseguiu adiantar o horário para evitar que urnas fossem transportadas à noite e ameaçadas por bandos armados. Cerca de 500 observadores internacionais acompanharam a eleição, também garantida por 7.000 soldados da Força Internacional de Proteção enviada à Albânia em abril.
Os dois principais partidos, o Democrático, do presidente Sali Berisha, e o Socialista, e outras 25 agremiações disputam as 155 vagas do Parlamento. O partido de Berisha tem atualmente 122 das 140 cadeiras do Parlamento.
Um segundo turno está previsto para o próximo domingo caso nenhum candidato tenha mais de 50% dos votos em 115 distritos. As outras 40 vagas serão decididas pela votação proporcional.
Avalia-se que Berisha, no poder desde 1992, não deve conseguir manter sua maioria no Parlamento. O presidente foi acusado de fraudar as eleições parlamentares de 1996. A maioria dos albaneses o culpa pelo escândalo das "pirâmides", que pulverizou a poupança popular no país. A revolta com o escândalo degenerou em rebelião armada. Enviados ocidentais conseguiram fazer com que Berisha antecipasse as eleições.
Em Sarandë, no sul do país, onde explodiu a revolta, os socialistas obtinham 55,5% dos votos (25% das urnas foram apuradas). O partido de Berisha ficava com apenas 7,9%. O resultado era comemorado com tiros para o ar.
Uma das mortes ocorreu em Kurjar (sul da Albânia), onde o chefe da comissão eleitoral foi assassinado a tiros por um parente de um candidato socialista, segundo o Partido Democrático. Um policial ficou ferido no tiroteio.
Duas pessoas, em Fieri (também no sul) morreram quando homens não identificados dispararam contra o carro em que estavam.
Depois de votar numa escola de Tirana, Berisha disse que aceitaria o resultado das urnas.
Catherine Lalumière, da direção da comissão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, que fiscaliza a votação albanesa, disse que estava satisfeita com o que viu nos distritos eleitorais da capital, Tirana.
Para a OSCE não seria realista esperar padrões ocidentais de comportamento nas eleições albanesas. Os dois principais partidos reclamaram de irregularidades -muitos eleitores não teriam seus nomes nas listas de votação e cédulas e urnas de votação teriam sido roubadas. Não havia material para votação em alguns distritos do centro do país. A OSCE teve de reimprimir cédulas e listas dois dias antes da eleição.

Texto Anterior: Jornais falam em noivados de Charles e Diana
Próximo Texto: Hong Kong passa hoje de colônia britânica a encrave capitalista chinês
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.