São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Empresários investem na área country

Turismo rural atrai negócios

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O universo country brasileiro, que movimenta cerca de R$ 500 milhões por ano somente nos rodeios, está gerando novos empreendimentos.
Valdomiro Poliselli Júnior, 36, paulista de Colina (405 km a noroeste de São Paulo) e ex-peão de boiadeiro, promove provas de rodeio e tem cinco lojas de moda western espalhadas pelo interior.
No final de 96, ele investiu US$ 2 milhões na Red Eventos, uma gigantesca casa de espetáculos, onde promove shows musicais, exposições e leilões, em Jaguariúna (120 km ao norte de São Paulo).
Já o administrador de empresas José Eduardo Graça Wagner, 31, lidera um grupo paulista que está investindo R$ 5,5 milhões na construção do Triple J Ranch Western Resort, um complexo hípico e turístico às margens da rodovia Castelo Branco, em Boituva (115 km a oeste de São Paulo).
Complexo hípico
O projeto nasceu de uma pesquisa que constatou que os negócios hípicos no país (incluindo provas, corridas, rodeios, publicidade e produtos veterinários) movimentaram R$ 2,8 bilhões de 93 para cá.
O Triple J Ranch deve estar concluído no final deste ano. Terá 1,2 milhão m2 de área construída.
Graça Wagner diz que a idéia é erguer 40 chalés.
Segundo ele, as opções para quem gosta de cavalos são variadas. As obras incluem um centro hípico com arena coberta, que tem capacidade para 5.000 pessoas e onde serão realizados provas, rodeios e show musicais.
Para julho está marcada a competição "Potro do Futuro" do cavalo quarto-de-milha. Haverá ainda enduros e cursos de montaria.
A infra-estrutura é a mesma de um hotel, com quadras de futebol e tênis, piscinas e cozinha, onde o cabrito, o javali e a perdiz são destaques no cardápio.
Depois do Red Eventos, Valdomiro Poliselli Júnior planeja novos investimentos na área country.
"Essa onda veio para ficar e pode gerar bons negócios. Não é uma moda passageira", aposta o empresário.
Parque temático
Um dos projetos de Poliselli é construir, na região de Jaguariúna (SP), um parque temático country.
No mês passado, a fazenda Cardinal, de propriedade de Poliselli, em Mococa (270 km a norte de São Paulo), começou a receber os primeiros personagens desse empreendimento: as exóticas lhamas, importadas do Chile.
Os bichos estão convivendo com o gado limousin, importado da França, e os cavalos quarto-de-milha criados na fazenda.
Para Poliselli, o universo country não é tão exótico para o interior paulista quanto as lhamas.
Apesar do berço americano, de seus vistosos chapéus Bangora de US$ 70, das botas de bico fino, dos cintos de fivelas largas e das apertadas calças Wrangler, Poliselli acha que o caubói tem afinidades com o tipo rural brasileiro.
Ele cita, como exemplo, a febre dos rodeios no Brasil, um esporte tipicamente norte-americano.
"Pelo menos 1.200 provas são realizadas por ano no país. Elas conseguiram transformar a arte de montar em touros e cavalos em um negócio milionário", afirma.
Gado limousin
Os negócios country, porém, ainda não afastaram Poliselli da pecuária.
Na fazenda Cardinal, ele mantém 150 cabeças de gado puro limousin, a maioria importada, além de cavalos quarto-de-milha.
O aprimoramento genético é feito por meio da transferência de embrião.
O rebanho comercial da fazenda, perto de 2.000 vacas, tem como base o nelore. As fêmeas são inseminadas com touros limousin.
O gado é confinado. Os garrotes são abatidos entre 22 e 23 meses, com peso médio de 17 arrobas.

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