São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Festa marca início da campanha de FHC

WILLIAM FRANÇA; LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A comemoração dos nove anos de fundação do PSDB, ontem à noite, marcou o início da campanha para reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
O ministro Sérgio Motta (Comunicações) disse na festa que "é óbvio" que Fernando Henrique Cardoso é candidato à reeleição. "Ele não diz isso, por enquanto, por uma questão pessoal", afirmou.
Segundo o raciocínio de Motta, ao término de um eventual segundo mandato, FHC vai estar com 71 anos. "Ano que vem, quando terminasse o governo, iria estar com 67 anos e poderia vir a ser o que quisesse no plano internacional. Com o prestígio que ele tem, poderia até ser o secretário-geral da ONU", disse. "Por isso, para ele, é uma coisa que pesa (a reeleição)".
Motta disse ainda que não há campanha fácil e não se pode trabalhar com o clima de "já ganhou". Para o ministro, a imagem pessoal de FHC é muito melhor que a do governo e que uma das tarefas da campanha será mostrar que cumpriu as promessas de 94.
Na festa, o presidente do PSDB, senador Teotonio Vilela Filho, também lançou a candidatura de FHC: "Em cada município, em cada Estado, nas ruas, o desejo é um só: a reeleição e o crescimento dos tucanos em todos os níveis", disse.
"O PSDB é um partido forte em todo o país e, sem dúvida, será o esteio da reeleição do presidente da República, dos governadores, dos senadores, dos deputados federais e dos deputados estaduais.
Sanha
Apesar de toda a festa de lançamento, FHC se mostrou arredio à idéia de deslanchar o trabalho pela reeleição. "Não estou pronto para campanha. Estou pronto para trabalhar pelo Brasil", afirmou.
Para ele, é a imprensa quem quer lançar candidatos e insiste em tê-lo como um deles. "A população não tem essa sanha, essa ansiedade de campanha. Nenhuma."
FHC disse que vai continuar a inaugurar obras e fazer discursos por onde passar. "Sempre fiz isso, vou continuar fazendo -é promessa de 94, que vamos cumprir."
FHC ficou ruborizado quando, para comemorar os nove anos do PSDB, foi levado a ele um bolo com velinhas acesas e champanhe para comemorar a sua candidatura ao segundo mandato. Motta, na hora, gritava: "Dá-lhe candidato".
(WILLIAM FRANÇA e LUIZA DAMÉ)

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