São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Lutador faz mea-culpa

DA REPORTAGEM LOCAL

Mike Tyson reuniu a imprensa ontem, em Las Vegas, para pedir desculpas. Ao mundo, a Deus, à família, ao hotel que abrigou a luta, ao canal de TV que a transmitiu, a Don King, à Comissão Atlética de Nevada e, finalmente, a Evander Holyfield.
E prometeu buscar tratamento médico e divino para deixar de agir do jeito que agiu. "A partir de agora vou treinar não apenas o meu corpo, mas a minha mente também", declarou.
Tyson espera continuar podendo lutar boxe. "Espero uma punição severa e não a refutarei. Mas peço apenas que ela não seja para toda a vida."
"A noite de sábado foi a pior de minha carreira profissional como pugilista", declarou. "Estou aqui para me desculpar às pessoas que esperavam mais de Mike Tyson. Para me perdoar por perder a cabeça no ringue, fazendo uma coisa que nunca havia feito e que nunca voltarei a fazer."
Tyson não soube precisar por que mordeu as orelhas do oponente. Apenas afirmou que tudo começou com a cabeçada que levou de Holyfield.
"Simplesmente perdi a cabeça e reagi. Fiz o que muitos atletas já fizeram. E pagaram o preço por isso."
O pugilista usou incidentes no basquete e no beisebol para explicar que atletas, "no calor da disputa", fazem coisas inesperadas. "Não é novidade, mas não é certo. Nada muda o fato de ser eu."
Depois de lamentar não ter podido continuar a luta, Tyson citou o rival em segunda pessoa. "Evander, desculpa. Você é um grande campeão e respeito isso."
"Quando você me cabeceou no primeiro assalto, sem querer ou não, eu reagi instantaneamente. O resto é história."
Tyson ainda se dirigiu àqueles que pedem seu banimento do boxe e afirmou que passou por várias dificuldades em sua juventude, que aprendeu a sobreviver do "jeito mais difícil" e que lhe faltou o "luxo de uma escola".
"Aprenderei a partir deste horrível erro, também."

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