São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Presidente albanês reconhece derrota

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Albânia, Sali Berisha, admitiu ontem que seu partido, o Democrático, perdeu as eleições realizadas anteontem no país balcânico.
O processo eleitoral foi considerado adequado por observadores internacionais. Os eleitores albaneses mostraram claramente que querem ver o Partido Democrático na oposição", afirmou Berisha.
Fatos Nano, líder do Partido Socialista (a maior força de oposição ao presidente), havia afirmado anteontem que seu partido tinha ganho as eleições. Os socialistas devem conseguir a maioria das 155 cadeiras do Parlamento -dessas, 115 são escolhidas por sistema distrital. A escolha das outras 40 cadeiras ocorre por sistema proporcional.
Um segundo turno pode se realizar no próximo domingo para os distritos em que nenhum candidato obteve a maioria dos votos. O presidente albanês disse que vai respeitar a vontade das urnas.
Berisha havia prometido renunciar caso seu partido não conquistasse a maioria no Parlamento unicameral do país. "Eu irei cumprir minhas promessas", disse ontem.
A derrota de Berisha pode significar o fim das convulsões sociais que atingem o país balcânico, o mais pobre da Europa.
No início do ano, diversas instituições financeiras que patrocinavam esquemas de investimento conhecidos como "pirâmides" quebraram, causando prejuízos a milhares de albaneses.
A população, acusando Berisha de conivência com as instituições, invadiu quartéis, expulsou o Exército e se armou.
Mais de 1.500 pessoas já morreram nos meses de distúrbios. Diversas cidades são dominadas por gangues pesadamente armadas, e os confrontos entre grupos rivais são frequentes.
Os observadores internacionais presentes à Albânia afirmaram ontem que o pleito foi regular.
Segundo a Organização para Segurança e Cooperação na Europa, que mantém força de paz de 7.000 homens no país, as eleições foram "adequadas e aceitáveis".
"Apesar de pequenas falhas em muitas áreas e alguns sérios problemas em poucas áreas", afirmou a porta-voz do órgão Catherine Lalumiere.
Monarquia
Além da escolha de um novo Parlamento, os albaneses votaram anteontem também para escolher entre república e monarquia.
Segundo Abedin Mulosmani, assessor de Leka Zog, pretendente ao extinto trono albanês, a monarquia recebeu 60% dos votos.
Os números foram contestados por políticos do país. A Albânia conheceu um breve período monárquico (1928-1939). Leka, filho do primeiro e único rei albanês, Zog 1º, quer assumir o trono.

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