São Paulo, quarta-feira, 2 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rodízio esquece a periferia de SP

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da adesão da população local, a Operação Rodízio "esqueceu" de fiscalizar vias importantes das zonas sudeste e leste de São Paulo.
O maior exemplo do abandono é a Radial Leste, que corta a região. Em toda a extensão da via, só foram encontrados dois fiscais da Cetesb pela reportagem da Folha.
Dependendo do horário, apenas um fiscal ficava no trecho. O limite da fiscalização era a estação Belém do Metrô. Após esse local, não eram mais vistos fiscais até o final da via, em Itaquera (zona leste).
Outra na lista das "esquecidas" era a avenida Aricanduva, onde nenhum fiscal foi encontrado.
Também não foram encontrados fiscais da Cetesb nas estradas de Itaquera e Guaianazes e nas avenidas Harry Dannenberg, Afonso de Sampaio e Souza e Luiz Ignácio de Anhaia Mello.
Se a fiscalização continuar fora da periferia, é possível realizar trajetos longos sem que o motorista "trombe" com as multas.
É possível, por exemplo, sair do parque do Carmo, na avenida Afonso de Sampaio e Souza, em Itaquera, e ir ao shopping Aricanduva, na avenida Aricanduva.
Depois das compras, o motorista pode seguir pela avenida Aricanduva, tomar a Radial Leste até o metrô Tatuapé, pois só depois da ponte Antonio de Barros, na Vila Carrão (zona sudeste), é que o motorista corre o risco de ser multado.
A dona-de-casa Teresa Santos, 50, circulava com seu Gol, de placa final 0, na última sexta-feira. Moradora do bairro Cidade São Miguel, ela foi até o supermercado D'avó, em Guaianazes.
No percurso que fez, pela estrada de Guaianazes, Teresa não viu nenhum fiscal da Cetesb.
Lindonéia dos Santos Pereira, 50, que usou o carro para resolver um problema rápido numa loja, achou que não correria riscos. "Meu marido ficou preocupado, mas eu achei que dava."
Unidades móveis
O coordenador executivo da Operação Rodízio, Alfred Szwarc, diretor de engenharia ambiental da Cetesb, disse que as localidades não abrangidas pela fiscalização são atendidas por unidades móveis.
Segundo Szwarc, há pontos fixos de fiscalização nas avenidas que a Folha percorreu. Ele não revelou esses pontos por questão de sigilo. "A reportagem pode ter passado nesses locais quando houve troca de turno."

Texto Anterior: Fiscais entram em "recuperação"
Próximo Texto: Unesp abre 244 vagas em cursos noturnos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.