São Paulo, quarta-feira, 2 de julho de 1997
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Luta política não é única função da UNE

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Combater o governo Fernando Henrique Cardoso não concentra todas as energias dos líderes dos grupos que formam a UNE (União Nacional dos Estudantes).
Há campanhas contra a violência, lutas por mais verbas para a Educação, movimentação contra o provão, serviços de denúncia para combater aumentos excessivos de mensalidades escolares e até o projeto de criação de uma bienal -para mostrar a produção cultural dos estudantes.
No Congresso Nacional, há pelo menos duas batalhas sendo travadas pela UNE: a reformulação do crédito educativo (os estudantes pedem mais verbas por meio de desvio de dinheiro da Loteria Federal para o programa) e a tentativa de derrubar o decreto do governo federal que diferencia o ensino técnico do 2º grau tradicional.
Contra a reformulação do ensino técnico, a UNE está ainda com uma ação no Supremo Tribunal Federal para derrubar o decreto. Eles defendem que os técnicos tenham formação integral, e o governo quer voltar essas instituições para o mercado de trabalho.
Na Assembléia Legislativa de São Paulo, a entidade também está, há um mês, fazendo pressão para que seja incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) um acréscimo do valor que é destinado às universidades públicas estaduais.
No seu aspecto de prestadora de serviços, a UNE pretende recriar, na semana que vem, o disque-mensalidade para receber denúncias. No ano passado, o grupo conseguiu que 18 alunos de uma universidade paulista fosse indenizado por ter pago mais do que o exigido por lei.
"Não existe um estudante único. Temos que trabalhar para todos os diferentes perfis", diz Orlando Silva Júnior, presidente da UNE.
Por isso, esse papel de fiscalizador de preços e defensor de privilégios para estudantes (como descontos em cinemas ou passes escolares, por exemplo) agrada uma grande parcela de alunos que estuda em escolas particulares e paga a faculdade com o próprio salário.
Por fim, a UNE está diversificando suas atividades desenvolvendo projetos como a criação de uma bienal de estudantes, a realização de campanha antiviolência e o patrocínio de concursos de monografias.

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