São Paulo, quarta-feira, 2 de julho de 1997
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Real depende de ajuste fiscal, diz Rabello

DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Paulo Rabello de Castro disse ontem que o controle do déficit nas contas públicas é o principal desafio do governo nos próximos anos.
Segundo Rabello de Castro, desde 93 a dívida líquida da União, Estados e municípios passou de US$ 149 bilhões para US$ 258 bilhões.
O economista lembra ainda que a dívida tem crescido apesar do aumento da arrecadação do setor público, que já responde por 41% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país).
Durante sua palestra no segundo dia da Conferência Internacional para Integração e Desenvolvimento, promovida pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em São Paulo, Rabello de Castro defendeu um forte programa de ajuste nas contas públicas e de capitalização da economia.
Segundo ele, sem um programa como esse, o país estará condenado a taxas medíocres de crescimento e correrá riscos de colapso em suas contas externas.
"O processo de ajuste do setor público é passo fundamental para que o processo de estabilização tenha sustentação no tempo."
Para ajustar as contas, o economista defende o cruzamento dos débitos do setor público e reformas na Previdência, administrativa e fiscal, o que permitiria o aumento da poupança interna.
Cenários
Em estudo desenvolvido para a CNT, Castro indica dois cenários da economia até o ano 2002.
No primeiro, mantido o quadro atual, a dívida pública estaria em 30% do PIB (Produto Interno Bruto) e o crescimento da economia seria de 4,5%.
Com os ajustes, a dívida cairia para cerca de 25% do PIB e o crescimento chegaria a 6%.
O ajuste também permitiria que a taxa de investimentos no país chegasse a 16% entre 2001 e 2002. A previsão atual do governo é que ela seja de cerca de 10% nesses anos.
"Sopro"
Paulo Haddad, ex-ministro do Planejamento do governo Itamar Franco, que também participou da conferência, concorda que o déficit público é o principal obstáculo para um maior crescimento da economia.
Segundo ele, o país vive hoje um "sopro" de crescimento e não um ciclo de desenvolvimento, como o que atravessou nos anos 60 e 70.

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