São Paulo, quarta-feira, 2 de julho de 1997
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Ministro se irrita com um lobista

Motta diz que só fala com ele à luz do dia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) se irritou ontem com um lobista de uma empresa da área de telecomunicações.
"Com lobista, eu já falei, só falo à luz do dia, no horário comercial e não durante período de concorrência", disse, impaciente.
O lobista era Luis César, funcionário da Tess, empresa que foi inabilitada para concorrer à licitação da banda B.
Durante o coquetel de comemoração dos três anos do Plano Real, na CNI (Confederação Nacional da Indústria), Luis César se aproximou do ministro. Motta estava se preparando para sair do salão, depois de falar com jornalistas.
O funcionário da Tess se aproximou do ministro para cumprimentá-lo. "Olá, ministro, tudo bem?", indagou.
A reação veio logo. "Puta que pariu, lobista vem aqui. Vamos embora porque senão eu vou acabar brigando. Não é a primeira vez que eu falo isso. Um dia eu estava jantando com milha filha e o cara veio. Eu disse: com lobista eu só falo à luz do dia", disse o ministro, ao se afastar de Luis César.
Alguns fotógrafos autônomos -que estavam na solenidade para tirar fotos de desconhecidos ao lado de autoridades- tentaram convencer o ministro a fazer pose ao lado de alguns empresários.
O ministro das Comunicações não atendeu aos pedidos e, por algum tempo, até ignorou o presidente da CNI, senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), que tentava se aproximar.
Na garagem, Luis César se aproximou dos jornalistas para saber informações da entrevista concedida pelo ministro. Ele foi reticente ao se apresentar aos jornalistas.

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