São Paulo, quarta-feira, 2 de julho de 1997
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Portugal faz ameaça para resgatar seu GP

Governo estuda desapropriar autódromo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O cancelamento do GP de Portugal de F-1, que estava marcado para o dia 26 de outubro, causa uma verdadeira polêmica no país.
Pressionado pela indústria turística da região de Cascais, local da corrida, o governo ameaçou, no início desta semana, desapropriar o autódromo do Estoril.
A FIA, órgão máximo do automobilismo, cancelou o evento devido ao atraso em obras de infra-estrutura no circuito, um dos mais desatualizados do calendário.
O prazo final dado pela entidade para a conclusão da reforma era 31 de agosto. Mas, diante da falta de definições, a FIA acabou optando pelo cancelamento, transferindo a corrida para o circuito espanhol de Jerez de La Frontera e rebatizando-a como GP da Europa.
O fato provocou forte reação do governo, que chegou a garantir a realização da etapa portuguesa no dia 9 de novembro -algo que a FIA já admite, mas condiciona ao crivo dos chefes de equipe.
Com corrida ou não, o autódromo precisa ficar pronto até 31 de agosto para não perder sua homologação junto à entidade.
O autódromo do Estoril, ao lado do de Barcelona, é um dos mais utilizados pelas equipes durante os testes de pré-temporada graças a sua localização geográfica -é um dos poucos que conseguem ficar livres da neve no inverno europeu.
A ameaça de desapropriação provocou reação irada de Fernanda Pires da Silva, proprietária da empresa brasileira Grão-Pará, que administra o autódromo.
Ontem, em Lisboa, a empresária portuguesa afirmou não existirem leis que possibilitem a expropriação. "Não somos contra a reforma. Só exigimos um projeto para que não se gaste dinheiro sem nenhum objetivo", declarou.
Preocupado com a "imagem do país", o governo já fala até na construção de um novo circuito.

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