São Paulo, quarta-feira, 2 de julho de 1997
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Filho de Elis lança disco "trabalhado"

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma estréia prometida e delongada por cerca de dois anos, Pedro Camargo Mariano, 22, o segundo filho de Elis Regina, lança seu primeiro disco, homônimo.
"Assinei contrato com a gravadora Sony há dois anos, mas com a condição de só gravar quando me achasse preparado", conta.
A Sony bancou a demora e tem tratado o artista como prioridade -afirmou, no início do ano, que Pedro seria o grande novo investimento da gravadora em 1997.
A receita que tanto encantou os executivos é de pop com inflexões marcadas na música negra, sob produção de João Marcello Bôscoli, primeiro filho de Elis, que lançou disco em moldes parecidos pela Sony, em 1995.
Pedro explica sua opção musical: "Faço black music porque ouço black music desde que nasci. Os fraseados do disco são influenciados pela MPB, mas sou jovem, não vou fazer som para velho".
Quanto ao irmão produtor, diz: "Considero João o melhor do país para me produzir. É com quem tenho mais afinidade, é quem me conhece mais profundamente".
Seguindo tradição fundada pela mãe, Pedro não se aventura na composição -"Pedro Camargo Mariano" é um disco de intérprete. "Não costumo compor. Por enquanto, estou poupando a humanidade desse mal."
Ele continua: "Sou basicamente um intérprete, e todas as canções do CD refletem meu estado de espírito atual. Não passei por nenhuma revolução política, então meus assuntos giram mais em torno de amor, de relacionamentos".
Num disco predominantemente de composições inéditas do grupo de músicos que o cerca, insere alguns temas "clássicos".
Canta "Triste" (de Tom Jobim) e "As Curvas da Estrada de Santos" (de Roberto e Erasmo Carlos), do repertório de sua mãe, mais "Pro Dia Nascer Feliz" (de Cazuza e Frejat). Ganhou também de Djavan a inédita "Temporal".

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