São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Polícia Civil de SP fala em antecipar greve

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil de São Paulo pode antecipar a data do início da greve da categoria, prevista para o dia 9 de agosto, caso as negociações por melhores salários com o governo não avancem.
Na próxima segunda, representantes das entidades de classe da categoria, que reúne 40 mil policiais em todo o Estado, se reúnem com o secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, e com o chefe da Casa Civil, Walter Feldman. Associações da PM também devem participar do encontro.
"Estamos em estado de greve. Se as negociações não evoluírem, vamos antecipar a paralisação para este mês. Se não houver uma solução, fatalmente o governo vai enfrentar a pior crise e a pior greve da Polícia Civil da história de São Paulo", afirmou Lourival Carneiro, presidente do sindicato dos investigadores. Os policiais reivindicam 88,68% de reposição.
O governador Mário Covas afirmou ontem que não há crise nas polícias e promete negociar. "Que negócio é esse que a Polícia Civil vai parar? Não vai", disse.
Carneiro reafirmou a predisposição de os policiais civis entrarem em greve. Ele afirmou ainda que a categoria pode até decidir fazer uma passeata antes da paralisação. As decisões serão tomadas em assembléia no próximo dia 15.
A presidente do sindicato dos investigadores afirmou ainda que a greve da PM e da Polícia Civil do Pará, anunciada para acontecer a partir da 0h de hoje, dá mais força aos policiais de São Paulo, já motivados pelo episódio de Minas.
"Só esperamos que não tenha que morrer outro cabo Valério (dos Santos Oliveira, morto durante manifestação de PMs em Minas) para que o governo de lá atenda as reivindicações."
Polícia Militar
Apesar de sua assessoria de imprensa negar, o secretário José Afonso da Silva admitiu ontem ter conversado com o coronel Claudionor Lisboa, comandante-geral da PM, sobre a marcação de uma reunião com as entidades de classe dos policiais militares.

Colaborou a FT

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