São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997 |
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Conar julga hoje comercial da Rider criado pela W/Brasil No filme, rapazes fogem de flerte acidental com homossexuais JULIANA GARÇON
No filme, três rapazes tentam flertar com três moças em um bar. Por um equívoco do garçom, o "torpedo" acaba indo para um grupo de homossexuais, que se empolga com o bilhete. Os rapazes então fogem do bar. Há cerca de um mês a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT) pediu ao Conar a retirada das inserções. "Concluímos que a cena, aparentemente engraçada, é homofóbica e discriminatória", diz Toni Reis, secretário-geral da ABGLT. Para ele, o filme reforça o preconceito porque o grupo de homossexuais é estereotipado. Além disso, diz, incita o preconceito pela forma desesperada com que os rapazes fogem do aceno dos homossexuais. "Parece que estão fugindo de um monstro." Reis diz que a associação recebeu 17 manifestações negativas sobre o comercial por telefone. Ele afirmou que a associação "está verificando as possibilidades de processar a agência e a indústria, caso o filme não seja tirado do ar". Para Marcelo Pires, diretor de criação da W/Brasil, os anúncios não têm tempo para desenvolver personalidades complexas. Ele diz que os homossexuais do comercial são apenas personagens -por isso são estereótipos. "Não dá para confundir publicidade com vida real", diz. O comercial, acrescenta, precisa de um final engraçado. "Uma saída discreta não teria graça." Pires lembra ainda que o humor, com qualquer grupo, é uma ferramenta comum na publicidade, assim como em programas de televisão, de rádio ou em quadrinhos. Para Pires, a atitude da associação é rancorosa e cerceia o humor. Ele diz que nasceu no Rio Grande do Sul e que encara com bom humor as piadas sobre gaúchos. Marcius Dal Bó, gerente de marketing da Grendene, que produz o Rider, diz que se espantou com a queixa da ABGLT. O filme deve ficar no ar por mais um mês, afirma. Dal Bó disse ainda que Grendene continua com a W/Brasil e que há um filme novo para sair. Se o Conar entender que houve ofensa, decidirá qual será a punição, que vai da advertência aos responsáveis à suspensão do anúncio, diz Edney Narchi, diretor-executivo do conselho. Texto Anterior: Conar julga hoje comercial da Rider Próximo Texto: Real perdeu fôlego, avalia Roberto Campos Índice |
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