São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Economista dos EUA vê ONGs como saída para desemprego

DA REPORTAGEM LOCAL

O fortalecimento do terceiro setor é a saída para o desemprego e o desenvolvimento das economias mundiais, disse ontem o economista Jeremy Rifkin, em palestra da Conferência Internacional para Integração e Desenvolvimento.
O terceiro setor, afirma, é formado por organizações não-governamentais e que não visam o lucro. Instituições culturais e de direitos humanos são dois exemplos.
Autor do best seller "O fim do emprego", o norte-americano defendeu os investimentos nessas organizações como forma de abrir postos de trabalho que indústria, comércio e serviços, por causa dos avanços tecnológicos, não estão sendo mais capazes de criar.
Os investimentos viriam de incentivos fiscais às empresas que aplicassem recursos nessas ONGs.
Segundo Rifkin, a nova ordem econômica, baseada na informação, dispensa a necessidade de mão-de-obra maciça e condena à morte o trabalho assalariado.
"O mundo tem hoje 1 bilhão de desempregados, e não vai haver trabalho suficiente para todos."
Para ele, além de não gerar empregos, a tecnologia deve reduzir as vagas hoje existentes.
É justamente o terceiro setor, afirma, que poderá ocupar o "vácuo" de poder regional que Estado e empresas deixam de exercer.
"Empresas e governos têm sido forçados a pensar em termos mundiais. E deixam um 'vácuo de poder regional'. Esse espaço será ocupado ou pelo terceiro setor ou pelas sociedades criminais", disse.
Rifkin também defendeu a valorização do trabalho. Para ele, a marginalização dos trabalhadores erode a base do capitalismo.

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