São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Internet e Estado

LUÍS NASSIF

A propósito da coluna "A Internet e o controle social", do dia 30/06/97, recebo e-mail (correspondência) de Cláudio Seiji Sato, assessor do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (Mare) e coordenador da home page (a página inicial) do ministério na Internet.
Além do controle social sobre ações e projetos do setor público, Sato identifica duas outras vantagens da Internet no setor público: o atendimento ao cidadão e a modernização dos processos administrativos.
O Mare recebe cerca de 300 e-mails por mês, por meio de sua home page (www.mare.gov.br). Mais da metade solicita informações e serviços e cerca de 25% são de críticas e sugestões.
Informa Sato que os sistemas de compras do governo, assim como o perfil do servidor e decisões da Secretaria de Recursos Humanos, foram construídos atendendo a essas sugestões.
Nesse momento, já ocorre uma competição entre os ministérios, para saber quem dispõe da home page mais visitada, que tem levado a um aprimoramento dos sistemas de informação.
"Ao contrário da antiga forma burocrática de administração, quando o poder vinha do monopólio da informação e controle de grandes unidades", diz Sato, "hoje os dirigentes têm se preocupado em manter estruturas enxutas, capazes de coletar, processar, analisar e distribuir rapidamente as informações".
No caso do Mare, algumas secretarias estão reestruturando as divisões de trabalho, de maneira a facilitar o fluxo para a Internet.
Os dois principais problemas enfrentados na experiência do Mare é a resposta aos e-mails e a atualização das páginas. Nas próximas semanas será criada uma estrutura para tratar desse assunto.
Já as páginas de home page estão sendo atualizadas em média a cada 2,75 dias, contra 20,7 dias de seis meses atrás.
Sato concorda com a necessidade de coordenação das informações, proposta na coluna. Informa que a Secretaria de Recursos Logísticos e Tecnologia da Informação está implementando a chamada "rede de governo" que entrará em operação nos próximos meses, possibilitando que todo o fluxo de trabalho na Esplanada seja feito sem papéis e reuniões. O que significará economia substancial de viagens para os grupos distribuídos por locais diversos.
"Para que essa rede entre em operação é preciso que os dados sejam padronizados e os sistemas compatibilizados", diz Sato. Ou seja, exige-se uma coordenação técnica gigantesca.
Telebrás
A proposta da Telebrás, de comprar as ações de quem adquiriu os planos de expansão, não terá nenhuma eficácia se o objetivo for impedir o lucro dos especuladores.
Sempre é o comprador original do plano de expansão quem recebe as ações. Antes, lavra uma escritura pública, em cartório, comprometendo-se a entregar as ações ao investidor.
É impossível saber quem tem ou não escritura pública.

E-mail: lnassif@uol.com.br

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