São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997 |
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Espaço gerou guinada na dramaturgia brasileira
DANIELA ROCHA
O Teatro de Arena foi idealizado nos anos 50, por alunos da primeira turma da Escola de Arte Dramática, da USP. Mas foi apenas em 55 que o teatro foi instalado na r. Teodoro Baima, onde existe até hoje. Participaram da primeira etapa do Arena (1950) José Renato, Sérgio Brito e Eva Wilma, entre outros. Mas a segunda fase (a partir de 1955) foi consagrada com a união do Arena com o Teatro Paulista dos Estudantes -de Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Fº- e com o ingresso de Augusto Boal, "importado" do Rio para colaborar na direção. Foi em fevereiro de 1958 que o Arena decolou. Nessa data, foi apresentada "Eles Não Usam Black Tie", peça de Guarnieri, então com 22 anos. Foi a partir desse texto que o Arena realizou o Seminário de Dramaturgia Nacional, revolucionário ao apresentar uma dramaturgia preocupada em expressar a realidade brasileira. Guarnieri classifica o Teatro de Arena como o local onde se fazia teatro social. " 'Black Tie' trouxe, pela primeira vez, proletariados no papel de protagonistas. Com isso mostramos que o teatro brasileiro deveria ser ligado aos nossos problemas", disse. Apesar de lidar diretamente com a ideologia da esquerda, Guarnieri nega que o Arena fazia teatro político. "Buscávamos enfocar a justiça social." A dupla Boal/Guarnieri montou duas peças que foram marco no Arena entre 65 e 67: "Arena Conta Zumbi" e "Arena Conta Tiradentes". Em 75, a crise financeira selou o fim da companhia. Guarnieri relembra sua fase de Arena com alegria, mas considera que aquela efervescência não se repetirá. Mesmo assim, ele pretende dar uma passada no teatro para ver a programação em cartaz. (DR) Texto Anterior: Cia. do Latão leva pesquisa de volta à Arena Próximo Texto: Casé vive "quadrado amoroso" em filme Índice |
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