São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Antonio Negri busca trabalho para passar à prisão semi-aberta

ROBERTA BARNI
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE ROMA

O filósofo Antonio Negri, desde terça-feira na prisão de Rebibbia, está à procura de trabalho. Foi o que declarou o seu advogado, Tommaso Mancini, que ontem teve o primeiro encontro com ele. "É a condição necessária para podermos solicitar a prisão semi-aberta", explicou Mancini.
Após 14 anos de exílio em Paris, Negri, autor de mais de 20 livros e de uma coluna mensal no caderno Mais!, decidiu voltar à Itália para cumprir o que resta de sua condenação por crimes ligados ao terrorismo e para chamar a atenção sobre casos como o seu.
Ainda restam 4 anos e 11 meses do total de 13 anos de reclusão, por associação subversiva e organização de grupos de guerrilha urbana. A Justiça concluiu que Antonio Negri foi líder do grupo esquerdista Brigadas Vermelhas e um dos culpados da morte do líder democrata-cristão Aldo Moro, em 1978.
Dessa condenação, Negri já tinha descontado quatro anos e três meses, antes de fugir para a França.
O advogado Mancini disse que a primeira providência será pedir o desconto da pena -90 dias a menos para cada ano na prisão.
A Folha apurou que a Presidência da República e o Ministério da Justiça italianos teriam discutido a viabilidade de uma concessão de graça (espécie de indulto dedicado a prisioneiros específicos) parcial para alguns ex-terroristas.
À tarde, o Ministro da Justiça, Antonio Maria Flick, afirmou que este procedimento de graça parcial é previsto em lei, mas não atinge os ex-terroristas irredutíveis, que não abandonaram a defesa da oposição violenta ao Estado.

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