São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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Bolsas sobem com juro baixo e liquidez

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A grande quantidade de dinheiro no mercado financeiro mundial e as baixas taxas de juros internacionais, que acabam significando pequeno rendimento das aplicações de renda fixa, estão servindo de combustível para as Bolsas de Valores em todo o mundo.
Ontem, puxados pelo desempenho de Nova York, os mercados de Londres, Madri, Buenos Aires, Cidade do México e São Paulo encerraram o dia com recorde nos seus principais índices.
O que detonou o otimismo dos investidores, no entanto, foi a notícia de o desemprego da economia norte-americana cresceu.
Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o índice de desemprego no país passou a 5% em junho, contra uma taxa de 4,8% do mês anterior, a mais baixa que já registrada em 24 anos.
Para o mercado financeiro, o significado desse indicador é um só: fica mais remota a possibilidade de alta dos juros norte-americanos, que servem de referência para as taxas básicas dos outros países.
Isso porque o aumento do desemprego reduz a possibilidade dos EUA terem problemas de aumento de custos, que poderia gerar inflação, justamente o que as autoridades norte-americanas querem evitar quando tratam da política monetária do país.
No caso do mercado de ações de São Paulo, o dia, no entanto, não foi de euforia. O Ibovespa, na verdade, chegou a operar por boa parte do dia em baixa, registrando queda de quase 1%.
A volatilidade reflete o fato de o mercado ter acumulado forte valorização no ano, o que faz muitos investidores entrarem no mercado para vender seus papéis para realizar lucros. Por outro lado, a demanda continua forte por causa da entrada de novos investidores, principalmente por meio dos fundos de investimento.
Investimento estrangeiro
A entrada de investimento estrangeiro na Bovespa superou a saída em R$ 22 milhões no mês de junho, quando foram internados R$ 6,076 bilhões no mercado. O saldo acumulado no ano passou a ser de R$ 1,448 bilhão.
Câmbio
O Banco Central voltou a alterar a minibanda de variação do dólar, que pode oscilar agora de R$ 1,0775 a R$ 1,0825.

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