São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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Terapia pode fortalecer HIV

DA REPORTAGEM LOCAL

Coquetéis de medicamentos contra a Aids podem não ser tão eficazes quanto se pensava.
Apesar de as combinações de remédios protelarem os sintomas da doença e a morte dos pacientes, elas têm sérias limitações, que podem agravar os perigos da Aids, segundo relato publicado na edição de hoje da revista "Science".
A conclusão é resultado de um encontro que reuniu cerca de 200 pesquisadores na Flórida (EUA).
Para eles, uma das causas prováveis das falhas desse tipo de tratamento é que mesmo nas mais avançadas terapias, baseadas em três drogas, a chamada triterapia, há um período em que não se consegue brecar completamente a multiplicação do vírus HIV.
Isso é suficiente para criar vírus mutantes, que resistem às drogas.
Por serem mais resistentes, esses mutantes posteriormente poderiam provocar com mais gravidade os sintomas da doença.
Outra hipótese é a de que os tratamentos falham porque os pacientes não conseguem aderir às terapias, que exigem a ingestão de dezenas de pílulas por dia.
Outro problema discutido no encontro é a chamada "eliminação" do HIV do sangue dos pacientes submetidos a essas terapias. Segundo Brian Conway, do Centro de Excelência em HIV/Aids de Vancouver, no Canadá, os chamados níveis "indetectáveis" de HIV podem ser detectados em testes mais precisos.
Os antigos testes eram capazes de detectar pelo menos 500 cópias de HIV por milímetro cúbico de sangue. Testes atuais chegam a detectar 20 cópias.
John Coffin, da Universidade Tufts (EUA), disse no encontro que o número de células que podem ser infectadas por um único vírus é maior do que se pensava. Segundo ele, um HIV é capaz de infectar até mil células.
As 20 cópias de HIV, antes consideradas "indetectáveis", seriam capazes de infectar 20 mil células do sistema de defesa.

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