São Paulo, sábado, 5 de julho de 1997
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Festival tem abertura 'improvisada'

Evento começa em Campos do Jordão

IRINEU FRANCO PERPÉTUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Campos do Jordão (175 km a nordeste de São Paulo) começa o primeiro Festival de Inverno da era pós-Eleazar de Carvalho. Às 21h, no auditório Cláudio Santoro, a Orquestra Experimental de Repertório, regida por Jamil Maluf, abre a 28ª edição do festival.
O convite, em cima da hora, pegou Maluf de surpresa. "Estávamos tão assoberbados de trabalho que não deu para preparar nada de especial", diz. "Incluí obras que a orquestra já tocou neste ano", afirma.
José Carlos Cocarelli, pianista carioca radicado em Paris, é o solista do monumental e sinfônico "Concerto nº 2", de Brahms -homenageando o centenário de morte do compositor alemão.
A "Sinfonia nº 6" ("Patética"), de Tchaikovski, completa o programa.
O bis deve ser a orquestração de Leopold Stokowski para a "Tocata e Fuga BWV 565", para órgão solo, de Bach.
O "Trompete Voluntário" (de Jeremiah Clarke, erroneamente atribuída a Purcell), com o qual Eleazar de Carvalho tradicionalmente abria o festival, deve ficar de fora.
Fundador do festival, Eleazar de Carvalho faleceu em setembro do ano passado.
Devido às reformulações que estão sendo feitas por John Neschling, seu sucessor à frente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), a orquestra teve de ausentar-se do festival, só voltando a tocar em outubro.
Estrangeiros
Neste ano, o orçamento do Festival de Inverno é de US$ 1,5 milhão. Não haverá concertos fora de Campos do Jordão, e as únicas atrações estrangeiras que realmente contam são o tenor francês Roberto Alagna e sua mulher, a soprano romena Angela Gheorghiu, cujo concerto está marcado para 26 de julho.
Ainda não está definido, entretanto, que orquestra acompanhará o casal. Há pressões para que seja a Osesp, com apenas 44 membros, e realizando concurso para a admissão de mais 66, mas a orquestra está praticamente descartada.
As maiores chances ficam para a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que teria regência do maestro Eugene Kuhn.
O programa de Alagna e Gheorghiu já está definido e vai incluir duetos das óperas "La Traviata", de Verdi, "Carmen", de Bizet, e "Lucia di Lammermoor", de Donizetti, além de árias de Gounod e Catalani.
Os ingressos para a maioria dos concertos custam R$ 10.
As exceções ficam para os dias 11, com apresentação de João Bosco, e 12, com presença da cantora baiana Gal Costa, que têm preço de R$ 30; e para o concerto de Roberto Alagna e Angela Gheorghiu, no dia 26 de julho, cujas entradas custarão R$ 50.

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