São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997 |
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França tem 4 consultórios
MARTA AVANCINI
O consultório funciona como uma empresa de consultoria a pessoas físicas e jurídicas em duas linhas básicas -realização de debates ou seminários e atendimento individual ou de grupos. "Geralmente as pessoas nos procuram para discutir um tema específico que as incomoda", disse à Folha Virgile Loyer. Ele trabalha com Marc Sautet, que fundou a empresa em 92, e também criou os "cafés filosóficos" na França (leia texto ao lado). Segundo Loyer, a morte e o amor são os temas mais recorrentes. "Isso é natural, porque são questões que afetam o cotidiano." Por 300 francos a sessão (cerca de US$ 60), filósofo e cliente iniciam uma série de encontros para discutir um tema. Cada sessão dura uma hora e é dedicada a conversas e à leitura de textos. A frequência e a duração do "debate" dependem do cliente. "Quando achar que tiver uma resposta, ele pára", disse Loyer. A idéia, aparentemente estranha, está dando certo na avaliação do filósofo: cerca de 20 pessoas procuram o consultório todos os meses em busca de aconselhamento e orientação. Ao todo, existem quatro consultórios semelhantes em toda a França, segundo Loyer. Mas, apesar de a necessidade de respostas ser a motivação dos clientes, a intenção maior dos filósofos é suscitar a dúvida. "Não tem nada a ver com psicologia. O fundamental é que as pessoas olhem para o mundo em que vivem e questionem as coisas." Para Loyer, esse é o sentido da atividade filosófica que, com o tempo, se dissociou da realidade e se tornou excessivamente abstrata. Ele conta que, na Grécia antiga, Sócrates falava de coisas como a política e a organização urbana. "A filosofia está na política, na economia. É preciso recuperar, a partir da reflexão individual, o sentido de reflexão coletiva." Os problemas do cotidiano também são a principal motivação que leva as empresas a procurar o Consultório de Filosofia. "Desemprego e relações de trabalho são os temas da maioria dos seminários. Sem dúvida, isso decorre da crise econômica." Ele conta que, em geral, são grandes empresas que os procuram, de todos os setores. Uma consulta empresarial custa em torno de 3.000 francos (aproximadamente US$ 600). Custa Texto Anterior: São Paulo ganha café filosófico em agosto Próximo Texto: Les Phares atrai até turistas Índice |
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