São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997 |
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'Vaga na fila' do celular já custa R$ 6 Associação não dá garantia ELVIRA LOBATO
Emerson Marcelo Cordeiro e Narciso Macedo (ex-vendedores de planos de saúde) registraram em São Paulo, no mês passado, a União Nacional dos Proponentes à Aquisição do Sistema de Telefonia Celular (UNPASTC). O objetivo da associação, segundo os folhetos que estão sendo distribuídos na cidade, é ajudar os filiados a comprar linha de celular de modo mais rápido e barato. O surgimento de atravessadores, antes mesmo de se conhecer o vencedor da concorrência na Grande São Paulo, surpreendeu o presidente da Teldin (empresa de telecomunicações do grupo Evadin), Antônio Carlos Rego Gil. A Teldin faz parte do consórcio GFTT (junto com a France Telecom e com o banco Garantia) é está entre os sete que disputam a concessão na Grande São Paulo. Rego Gil diz que os comerciários querem, provavelmente, formar um cadastro para vender ao consórcio que obtiver a concessão do serviço na Grande São Paulo. Ele diz que a procura por celular em São Paulo é tão grande -mais de 3 milhões de interessados- que é pouco provável que a operadora da banda B vá se interessar por um cadastro dessa natureza. Sem garantias O folheto não informa como a entidade vai conseguir tal intento, mas traz o número da conta no Bradesco na qual os interessados devem depositar R$ 6,00 se quiserem fazer parte do esquema. Traz também uma ficha cadastral -com espaços para nome, endereços comercial e residencial, data de nascimento, CPF etc.- e a advertência de que o papel deve ser devolvido à entidade, junto com o comprovante do depósito, no prazo de cinco dias. A associação funciona, provisoriamente, no pequeno escritório comercial do corretor de planos de saúde Pedro Fardini, no centro de São Paulo. Foi Fardini quem sugeriu a Emerson Cordeiro, 26, criar uma espécie de clube de interessados na compra de celulares. Cordeiro diz que espera reunir pelo menos 10 mil pessoas (o que lhe daria R$ 60 mil só em taxas de adesão). Inquérito policial Nem bem iniciaram suas atividades, Emerson e Macedo já estão respondendo a inquérito no 1º Distrito Policial em São Paulo. O delegado-adjunto do 1º DP, Maurício Grosche, informa que o inquérito foi aberto no dia 13 de junho para apurar se os dois comerciários estariam praticando estelionato. Segundo ele, os dois prestaram depoimento e não têm antecedentes criminais. As investigações continuam, mas até agora não há prova de que eles tenham praticado tal crime, diz Grosche. Texto Anterior: Elite empresarial é reciclada Próximo Texto: Motta abre proposta da banda B em SP na quarta Índice |
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