São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Barrados na entrevista

SIMONE CAVALCANTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O "headhunter" (caçador de talentos) apostou todas as fichas nele: parecia ser o executivo ideal para ocupar o cargo de diretor de marketing da Pepsi. Mas, no almoço em que foi apresentado ao vice-presidente mundial, cometeu uma gafe: pediu uma coca-cola.
Na Souza Cruz, foi pior. Praticamente contratado, o candidato a um alto cargo na multinacional visitava a fábrica, acompanhado do presidente, quando, após o cafezinho, sacou um Marlboro, da concorrente Philip Morris. Resultado: também foi barrado na entrevista.
Radicalismos à parte, os exemplos mostram que um ótimo currículo não é suficiente para conquistar uma vaga. A consultora Suzana Doblinski, 31, afirma que os 30 segundos iniciais de uma entrevista são decisivos: "É a primeira -e talvez a única- oportunidade para causar um boa impressão".
O consultor Winston Pegler, 52, vai além. "Tudo o que o candidato faz e fala está sendo analisado." Por isso recomenda-se bom senso nos comentários, exatamente o que faltou à microempresária Silvia Cristina Lourenço Brusco, 37, que, depois de deixar a Telequipo, tentava colocação na concorrente.
Silvia conta que foi indagada sobre como era a empresa em que trabalhou. Sem experiência em entrevistas, não mediu palavras: falou que seu ex-chefe bebia demais e que os funcionários eram mal remunerados. O entrevistador agradeceu a honestidade, mas foi direto: disse que ela não era confiável.
Há, no entanto, quem consiga reverter em tempo uma mancada. Pegler conta que chamou um executivo para uma entrevista. Ao entrar na sala, ele sentou-se na cadeira do entrevistador e só depois de 15 minutos se deu conta do erro. Desculpou-se e pediu que continuasse no dia seguinte.
A gafe jogou a seu favor: foi admitido. "Ele mostrou humildade para reconhecer erros e criatividade para sair de situações embaraçosas".

LEIA MAIS sobre entrevistas de seleção à pág. 8-3

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