São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Maluf x Covas

CLÓVIS ROSSI

São Paulo - Três observações emergem do levantamento do Datafolha sobre a sucessão paulista, que esta Folha publica hoje.
1 - Paulo Maluf (PPB) pode ter maiores dificuldades do que ele supõe. Nos quatro cenários propostos pelo Datafolha, o ex-prefeito paulistano fica sempre abaixo de 1/3 das intenções de voto.
É claro que não se trata de um mau resultado, mas é pouco para quem saiu do pleito municipal, faz apenas sete meses, como potencial candidato forte à Presidência.
Ainda mais que a oposição, seja qual for, certamente utilizará a frase de Maluf na propaganda eleitoral sugerindo que o eleitor jamais voltasse a votar nele se seu candidato, Celso Pitta, fizesse mau governo.
Pitta está fazendo um mau governo, na avaliação dos pesquisados pelo Datafolha.
Nada impede, mas nada garante, uma recuperação na imagem do prefeito até o momento em que a campanha estadual for para o ar.
2 - O PT só tem um candidato, o senador Eduardo Suplicy, que corre o risco de virar o Maluf do partido. Ou seja, ser sempre o candidato para cargos executivos no Estado e/ou cidade de São Paulo.
É um reforço à tese que Lula defende, em conversas reservadas, de o PT aproximar-se do governador Mário Covas.
3 - Covas é menos um cadáver político do que se poderia supor.
Primeiro, convém deixar claro que o bom desempenho de Francisco Rossi (PDT) parece mais um "recall" (lembrança do nome de quem foi candidato às duas mais recentes eleições) do que intenção de voto. É improvável que Rossi possa ter agora de 17% a 23% se, na disputa municipal, ficou com menos de 10% e em quarto lugar.
Se é mesmo "recall", Covas é razoável candidato a ir para o segundo turno com Maluf, claro que na dependência do desempenho no que lhe resta de mandato.

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