São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997
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Estabilização alavanca o segmento

Grandes investem em saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

O setor de produtos infantis, principalmente os eletrônicos, é um dos que mais tendem a encorpar em tempos de estabilização.
A avaliação é do consultor Luiz Almeida Marins Filho, 47, especialista em previsão de mercado. "Com a alta da renda, o consumidor passa a comprar produtos que satisfaçam vontades reprimidas, como a de presentear o filho."
Segundo ele, produtos e serviços chamados "de gratificação instantânea", como festas de aniversário, estão em alta.
O presidente da Abrinq (Associação Nacional dos Fabricantes de Brinquedos), Synésio Batista da Costa, 41, também afirma que o setor tem "excelentes perspectivas". E a fórmula para aumentar as vendas é baratear os produtos.
"Para cada 5% de queda dos preços, o setor incorpora no mercado cerca de 3 milhões de consumidores que nunca compraram brinquedos." Segundo Batista, 50% dos produtos fabricados hoje no país custam até R$ 10.
Mas, acredita ele, boa parte desse mercado "promissor" ainda tem sido abocanhada pelos fabricantes de brinquedos importados.
Essa concorrência ainda tem sido uma das reclamações dos empresários, como Antônia da Silva, 39, sócia da Tony Toys, que está há cinco anos no mercado. "As vendas ainda estão baixas."
Também fabricante, Horácio Massoni, 48, conta que os produtos que seguram suas vendas são os mais baratos, como os fantoches para teatro, que custam a partir de R$ 4,50.
A Tró-Ló-Ló Brinquedos, de Massoni, produz, entre seus 50 itens de catálogo, até equipamentos para playground.
Saúde infantil
Serviços especializados para crianças também se tornaram "emergentes" no setor de saúde.
A rede Alergoshop, formada por 35 lojas e quase 80 revendedores no país, só vende produtos para alérgicos e tem uma linha só para crianças que apresentam os sintomas da doença.
Segundo Julinha Lavaretti, 31, sócia da rede, crianças alérgicas correspondem a 70% do mercado.
"Os pais estão começando a descobrir a importância desses produtos para a saúde dos filhos."
Só de forros especiais para travesseiros a rede vende cerca de mil unidades por mês. Desde 1993 no mercado, a empresa conseguiu triplicar o faturamento nos últimos três anos, segundo Julinha.
"Para fazer crescer o negócio, temos de conscientizar as pessoas do combate à alergia", afirma.
Para atender aos pacientes infantis, o laboratório Elkis e Furlanetto também criou um serviço especial, o Baby Lab, uma unidade móvel que coleta material para exames.
"Para as crianças, exames são sempre traumáticos, ainda mais em hospitais e laboratórios", diz Gianfranco Zanpieri, 46, diretor científico. "Em casa, esse processo ocorre sem grandes traumas."
Segundo ele, muitos exames feitos fora de casa têm de ser repetidos, porque os pacientes reagem e não permitem a retirada de material suficiente para a análise.
O atendimento infantil, dirigido a crianças de até quatro anos, começou em 1996. Segundo Zanpieri, o laboratório realiza, por dia, até seis coletas feitas por enfermeiros treinados para atender crianças. O custo do serviço é de R$ 35.

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