São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997
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Vacinação é descartada

DA REPORTAGEM LOCAL

O CVE descarta, no momento, vacinar adultos em massa nos postos de saúde para conter a epidemia de sarampo.
Embora o número de casos absolutos da doença em pessoas acima de 15 anos seja maior do que em crianças, a incidência do sarampo, em termos proporcionais, argumenta o CVE, é ainda muito maior em crianças.
Hoje, na capital paulista, onde está concentrada a maioria dos casos, a incidência de sarampo em bebês de menos de um ano é de 78 casos por 100 mil crianças.
No caso de pessoas entre 15 e 19 anos, esse índice é de 21 casos por 100 mil habitantes.
"Nossa prioridade são as crianças com menos de 6 anos. Não há necessidade, no momento, de vacinar adultos indiscriminadamente", disse a pediatra Helena Keico Sato, do CVE.
O motivo para dar preferência às crianças é que elas sofrem mais com a doença e correm maior risco de morrer em função do sarampo.
O CVE também acredita que muitos dos adultos que pegaram a doença contraíram sarampo de crianças. Por isso, se a epidemia for controlada entre as crianças, o número de casos entre adultos deve cair, segundo o CVE.
A Folha entrou em contato com três postos de saúde da capital paulista (Consolação, Santa Cecília e Campo Limpo), e todos os funcionários disseram que só estão autorizados a aplicar vacinas em crianças e em pessoas que já passaram pelo CVE.
Campanha em hospitais
O CVE informou que, até o final do mês, vai desencadear uma campanha de vacinação contra o sarampo entre funcionários da área de saúde, que correm maior risco de contrair a doença.
Alguns hospitais de São Paulo já estão fazendo campanhas para vacinar seus médicos, enfermeiros, residentes e funcionários contra o sarampo.
Cerca de 2.880 funcionários do Hospital São Paulo, da antiga Escola Paulista de Medicina, que acolheu 152 casos de sarampo em seu pronto-socorro entre janeiro e julho, já foram vacinados. A campanha aconteceu entre 16 e 21 de junho.

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