São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997
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CPI do Asiagate começa com acusações à China

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Com uma acusação formal a "altas autoridades do governo chinês" de tentarem comprar influência política na administração norte-americana, começaram ontem os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito do Asiagate.
O senador Fred Thompson, presidente da CPI, disse ter evidências para comprovar a acusação que fez. A CPI vai investigar se e como a China destinou contribuições ilegais aos dois maiores partidos políticos dos EUA, se o presidente Bill Clinton e o vice-presidente Al Gore fizeram pedidos de doações monetárias para sua campanha de dentro da Casa Branca (o que é proibido por lei), se o governo vendeu acesso ao presidente em troca de dinheiro e se outras empresas ou cidadãos estrangeiros ajudaram a reeleição de Clinton.
A CPI vai trabalhar por pelo menos quatro semanas. Suas audiências são públicas. É improvável que recomende a punição de qualquer alto funcionário do governo norte-americano. Os principais suspeitos de crimes podem invocar o direito constitucional de não se auto-incriminar para recusarem intimação para testemunhar.
Um desses suspeitos, John Huang, ontem se dispôs a depor desde que lhe seja dada em troca imunidade criminal. Essa foi a estratégia que permitiu ao então coronel Oliver North se livrar de qualquer processo criminal após ter testemunhado à CPI do caso Irã-Contras, na década de 80.
Huang arrecadou doações de US$ 1,6 milhão para a campanha de Clinton que o Partido Democrata considerou suspeitos e devolveu. Charles Yan Lin Trie, dono de restaurante e amigo do presidente, conseguiu US$ 645 mil também enviados de volta.
Thompson, 55, um ex-ator com ambições presidenciais, foi assessor do senador Howard Baker durante a CPI de Watergate, que levou à renúncia do presidente Richard Nixon em 1974. Ele é do Partido Republicano, de oposição.

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