São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Infraero vai investir em segurança

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Infraero anunciou ontem, dois dias depois do acidente com o avião da TAM, um programa de investimentos em equipamentos para melhorar o controle de embarque de bagagem e passageiros em 67 aeroportos.
Atualmente, apenas oito desses aeroportos possuem todos os equipamentos recomendados pela Icao (organização internacional de aviação civil) para evitar o embarque de objetos perigosos, como o que supostamente causou o acidente com o avião da TAM, segundo as investigações.
O investimento, de R$ 9,65 milhões ao todo, não será imediato, mas distribuído ao longo deste e do próximo ano. A empresa, superavitária, lucrou R$ 25 milhões no ano passado, para um faturamento de mais de R$ 900 milhões. Desse total, R$ 470 milhões foram investidos na ampliação e manutenção de aeroportos, segundo a Infraero.
Os aparelhos que compõem o equipamento de segurança são detectores de metais manuais e fixos e máquinas de raios X para bagagem de mão e de porão (despachada anteriormente).
Atualmente, seis aeroportos não possuem nenhum destes equipamentos, 42 possuem apenas os detectores de metais e 19 possuem algum tipo de raios X.
Agora, a Infraero pretende equipar todos os aeroportos sob sua gestão com máquinas de raios X, sendo que em 51 deles haveria os dois tipos desse equipamento.
O representante da Icao para a América Latina, o brasileiro Paulo Hegedus, disse ontem, do Peru, que, diante dos poucos recursos disponíveis no Brasil, os aeroportos do país são "satisfatoriamente seguros".
"Guarulhos (SP) e Galeão (RJ) são considerados os mais seguros da América do Sul. Pode ser que o Brasil tenha algumas brechas nesse assunto, mas o país não é alvo de ações de terrorismo, o que minimiza o problema."
A Icao é responsável pela normatização e pelo controle da aplicação das normas de segurança na aviação mundial. Mas, segundo Hegedus, "é muito difícil para a entidade fiscalizar a existência de equipamentos nos vários países".
Opinião semelhante tem o coronel-aviador Manoel Victor Schubnell, chefe da divisão de facilitação e segurança da aviação civil do Ministério da Aeronáutica.
Schubnell disse não ver "nenhum problema" no fato de que seis aeroportos administrados pela Infraero não dispõem de nenhum dos equipamentos de segurança. "Qual é o problema? Estamos cumprindo um planejamento, em que os aeroportos com maior tráfego recebem os investimentos antes". Para ele, o Brasil cumpre a doutrina internacional para segurança.

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