São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Encontro de secretários ignora salários

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os secretários da Segurança Pública de São Paulo, Minas Gerais, Rio e Espírito Santo, reunidos ontem por mais de oito horas no quartel do Comando Geral da PM de São Paulo, ignoraram oficialmente um dos principais problemas enfrentados hoje pelas polícias Civil e Militar do país: os baixos salários, que estão causando manifestações policiais em vários Estados.
As manifestação policiais por melhores salários e por melhores condições de trabalho tiveram início no último dia 13, em Minas. Depois de duas semanas de rebelião, a PM mineira conseguiu 48,2% de reajuste.
A partir daí seguiram-se manifestações no Pará, em Alagoas e no Piauí. Estão previstas manifestações no Mato Grosso do Sul e no Rio. Em São Paulo, associações das polícias Civil e Militar estão em negociação com o governo por melhores salários.
Os secretários reuniram-se para o oitavo encontro do Condeste (Conselho de Segurança Pública da Região Sudeste).
"Não há porque discutir nesse encontro as questões salariais das polícias de cada Estado. São problemas localizados", disse o secretário da Segurança de Minas e presidente do Condeste, Santos Moreira da Silva.
"A reivindicação salarial da polícia é um assunto restrito aos governos estaduais. Essa questão deve ser discutida dentro de cada Estado", disse o secretário da Segurança Pública do Espírito Santo, Adão Rosa.
"Esse assunto não faz parte da pauta discutida hoje (ontem) porque consideramos que a questão está tranquila", disse o secretário de São Paulo, José Afonso da Silva.
Outros assuntos
Na discussão oficial do encontro foram incluídos temas técnicos de segurança, como a discussão do porte de arma para policiais de Estados vizinhos, a vistoria e inspeção de veículos, a autonomia dos institutos de criminalística e a lei que criou o Registro de Identidade Civil -tema gerou polêmica (leia texto abaixo).
O comandante-geral da PM em exercício, coronel Carlos Alberto da Costa, disse que o comando da corporação paulista "não trabalha com a hipótese de greve de policiais no Estado".
Associações de policiais civis e militares estão em negociação com o secretário Afonso da Silva por aumento salarial.
"Os entendimentos entre governo e entidades têm sido cordiais. Não há pressão que possa resultar em greve", disse o Silva.

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