São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Itália põe soldados contra a Camorra

500 homens irão a Nápoles

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo italiano aprovou ontem o deslocamento de 500 militares para Nápoles, sul do país. A idéia é ajudar a polícia local a encerrar conflitos entre grupos mafiosos locais.
Os soldados vão montar guarda ao redor da cidade, uma das mais importantes do país. Assim, a polícia vai poder se concentrar em caçar os mafiosos. O deslocamento vai custar 7 bilhões de liras (US$ 4,1 milhões) e vai durar até o final do ano.
Os soldados começam a chegar amanhã e devem ser bem recebidos pelos moradores. "Acho que a medida vai exorcizar a crueldade sem sentido que atinge a vida de pessoas inocentes e indefesas de nossas cidades", disse dom Antonio Napoletano, bispo de Sessa Aurunca, pequena localidade da região.
As autoridades locais também aprovaram a medida, dizendo que ela vai mostrar a seriedade da Itália na luta contra a Camorra, a máfia local -que normalmente é alvo de repressão menor que a sua congênere siciliana.
"É um sinal importante, porque significa que o sério problema da Camorra está se tornando um compromisso nacional", disse o promotor Pier Luigi Vigna.
O general Nicola Vozza, comandante regional do sul do país, disse que os soldados vão se deslocar em blindados "semelhantes àqueles que a polícia usa ao vigiar ruas e estádios em situações delicadas".
Pelo menos 86 pessoas já morreram desde o começo do ano devido a conflitos entre facções rivais da Camorra, que disputam território entre si.
No mês passado, houve uma intensa reação popular à morte de uma mulher, atingida por uma bala perdida quando passeava com seu filho de seis anos, em um bairro elegante da cidade.
A decisão de enviar tropas foi anunciada na segunda-feira, devido aos incidentes do último final de semana: várias pessoas, inclusive uma menina de oito anos, foram feridas em um tiroteio durante o dia.

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