São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Falha mantém robô Sojourner emperrado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma falha impediu o robô Sojourner de começar a estudar a rocha Yogi, a segunda de uma série de pedras que devem ser analisadas por ele.
Segundo Richard Cook, gerente da missão, uma falha na comunicação entre os operadores de Terra e a sonda levaram o Sojourner a permanecer emperrado na rocha.
"Um erro nos custou uma tarde inteira de estudos", disse Brian Muirhead, subdiretor do projeto.
O novo incidente acontece depois de o Sojourner ter colidido contra a Yogi. Ele se dirigiu em sua direção mais rápido do que o previsto e uma de suas rodas traseiras subiu na rocha, fazendo com que ficasse preso a ela.
Os cientistas pretendem desvencilhar o robô tão logo quanto possível para que possam colocá-lo em contato com a Yogi.
O contato entre o instrumento chamado espectrômetro de raios X e a rocha é fundamental para que ele consiga analisar a sua composição físico-química.
O Sojourner foi concebido originalmente para operar por sete dias. A Pathfinder, por um mês. Mas, segundo a Nasa, ambos poderão funcionar por mais tempo.
O Sojourner é movido a baterias. Um painel solar vai fornecer energia extra quando as baterias acabarem. Eles consideram que o dia perdido não atrapalhará a missão.
"É um tipo de erro que preocupa qualque um. Mas não é perigoso para a missão. Mas devemos ser um pouco mais cuidadosos."
Primeira semana
Os pesquisadores comemoraram ontem a primeira semana da missão em Marte.
"Foi uma semana realmente fantástica, além de nossos sonhos", disse Matthew Golombeck, um dos cientistas do projeto.
Segundo Norman Hayes, diretor do projeto Marte do JPL, a a Pathfinder atingiu quatro objetivos:
1. Provou que a nova política "rápido, melhor e barato" funciona,
2. Provou que um sistema alternativo de pouso -os airbags- funciona,
3. Mostrou que veículos-robôs são capazes de operar em Marte e
4. Conseguiu recolher uma enorme quantidade de dados.
Cientistas da Nasa disseram que as futuras missões a Marte deverão pousar em áreas cujo terreno é mais acidentado do que a Ares Vallis -local onde a sonda pousou- para que "encontrem a história geológica marciana exposta".
O geólogo Larry Soderblom disse que o local do pouso era um "sonho geológico" porque os ventos em Marte foram "limpando" a superfície, o que permitiu revelar as rochas mais antigas, que podem, segundo eles, conter evidências de vida no passado do planeta.
"A areia marciana do tempo estão sendo retiradas", disse.
O diretor de projetos da Nasa Anthony Spear criticou os "chamados especialistas que o avisaram que a sonda não iria funcionar".

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