São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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DEPOIMENTO

"Fui casada duas vezes, sete anos com um homem, seis com outro. Esse segundo marido tinha horários completamente diferentes dos meus, por causa do trabalho dele, e a gente acabava se vendo pouco.
Isso deveria estimular a parte sexual, mas que nada. A maioria das vezes eu quis mais do que ele. E me sentia como se eu fosse o homem. Pensava: 'Como pode, eu morrendo de vontade e o cara nada?'
A gente é muito egoísta quando está a fim de transar. Na verdade, a vontade de transar aumentou em mim com a idade. Além do mais, hoje eu sei mais o que eu quero, como quero, fiquei mais exigente.
Acho que o homem aceita melhor os 'nãos' da mulher do que vice-versa.
Mulher quer ser desejada, procurada. Eu, por exemplo, que me acho ótima de cama -às vezes até assusto- fico com a auto-estima super abalada quando recebo um 'não'. Imagino coisas do tipo: 'Será que eu não estou beijando bem?'
Com o meu atual namorado, que tem a minha idade, mas bem menos disposição, eu já dei toques de que não estou satisfeita. Por exemplo, quando a gente volta para casa, gosto de fazer uma sacanagem no carro, mas ele nunca está a fim. E olha que a gente só se vê tipo três vezes por semana. Estou abismada. Às vezes, por causa do orgulho, fecho a cara, e a situação acaba se invertendo.

Tata Queiroz, 37, é empresária

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