São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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De León, a vítima

TELÊ SANTANA
DE LEÓN, A VÍTIMA

No Brasileiro-97, já começou o cai-cai de técnicos. E o primeiro foi o uruguaio Hugo de León, que dirigiu o Fluminense até quarta-feira.
Pedir um pouco de paciência para os dirigentes é inútil, afinal, qualquer derrota é motivo para estragar uma carreira de treinador. E o pior é que, muitas vezes, os jogadores concordam com isso.
O estreante De León merecia mostrar seu trabalho, mas não pôde. Para se analisar um técnico é preciso uma temporada. Antes disso, qualquer análise é irresponsável.
Só quem foi técnico sabe a pressão que existe e as bobagens que se escuta.
Porém o que se vai fazer? O Fluminense precisa apagar a fama de penetra, que recebeu por um erro comedido pelos dirigentes da CBF. Os jogadores do time não têm nada a ver com isso, e, para eles, a missão é jogar e vencer.
*
Li que a "era Renato Gaúcho" terminou no Fluminense, mas acho que não é verdade. Primeiro, que não existe isso de era. Depois, Renato continua sendo importante para o clube, mesmo que sua voz não esteja entre as que decidem.
Eu acho que o Fluminense deve muito ao Renato. Ele fez gol de barriga, lutou, incentivou os companheiros, correu e jogou machucado. Só faz isso tudo quem ama o clube. Ele só merece elogios e o carinho dos torcedores.
Renato se transformou de jogador problemático a ídolo. Não sei se essa mudança deve acontecer com Edmundo. Talvez ele só perceba o que fez quando termine sua carreira.
Perceba, por exemplo, que o título do Botafogo no Rio foi decidido quando ele rebolou na frente de Gonçalves.
Sua dança deu ânimo, raça e brio para os botafoguenses, que, no segundo jogo, foram com tudo para cima do Vasco.
Por isso, o melhor é respeitar os rivais. Qualquer declaração ou gesto acorda a vingança adversária, o que vai acabar prejudicando o seu time.
Acredito que o técnico botafoguense, Joel Santana, soube trabalhar antes da partida final esse sentimento de desforra, que ficou estampado nas imagens da dança da bundinha dos botafoguenses para a torcida vascaína.
*
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