São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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Não chores por mim

RODRIGO BUENO
HÁ MUITO QUE O FUTEBOL ARGENTINO VEM SENDO QUESTIONADO.

Desde o início da era Passarella, em 94, fala-se que os nossos vizinhos atravessam crise nos campos. Os resultados obtidos na semana passada pelas seleções da Argentina, porém, vão contra esse pensamento.
No sábado, os argentinos tornaram-se tricampeões mundiais de juniores -além do título de 79, venceram as duas últimas Copas da categoria.
Um dia depois, a seleção principal derrotou o Paraguai por 2 a 1 em Assunção pelas eliminatórias -o time de Carpegiani estava invicto em casa.
Com a vitória, os "comportados" de Passarella -o treinador se dá o luxo de não convocar Redondo, Batistuta e Balbo, entre outros- praticamente asseguraram um lugar no Mundial da França, em 98.
Os bons resultados do futebol argentino não param por aí. Os atuais campeões da Libertadores, da Supercopa e da Copa Conmebol são, respectivamente, River Plate, Vélez Sarsfield e Lanús. E o Racing, classificado para as semifinais da Libertadores-97, é sério candidato a jogar o Mundial interclubes contra o Borussia Dortmund.
Até Maradona, o mais propalado esportista da história da Argentina, ressuscitou em grande estilo (pela quinta vez), marcando um belo gol de falta nos 2 a 0 do Boca sobre o Newell's.
Diante desses resultados positivos, a única crise que paira sobre o futebol argentino é a de identidade. Se antes eles ganhavam com brilhantismo, agora, na era Passarella, optaram por vencer na base da garra e da vontade, à custa de jogadores voluntariosos, como Hernán Diaz, Sensini, Berizzo e Zapata.
Mas, de uma forma ou de outra, os argentinos seguem competitivos. Nomes como Ortega, Crespo, Zanetti, Franco, Riquelme e Aimar (além do técnico José Pekerman) são a certeza de um futuro promissor. Parafraseando "Evita", não é preciso chorar pela Argentina.

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