São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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Reformas das polícias; Conto do ano; Passado a ser limpo; Colosso ameaçado; Civilidade sobre duas rodas; Em defesa do Mais!; Alternativa correta; Na mosca

Reformas das polícias
"A Folha de 9/7 trouxe uma reportagem com apreciações que fiz, no Rio de Janeiro.
A reportagem é exata, salvo numa frase, atribuída a mim.
Eu disse que há bolsões de resistência às reformas dentro das polícias, mas sem o poder de impedi-las.
Na Folha saiu, entre aspas, que eu teria dito que 'por causa desses (bolsões), nada vai se alterar'.
As reformas e melhorias são desejadas por todos, inclusive por milhares de policiais e, inevitavelmente, virão.
Para isso, estamos trabalhando na secretaria com um grupo de trabalho específico."
José Gregori, secretário nacional dos Direitos Humanos (Brasília, DF)

Conto do ano
"De Gaulle tinha razão, este sem dúvida não é um país sério. Depois da revista 'Exame' outorgar à TAM o prêmio de empresa do ano, logo teremos também o shopping do ano (Osasco), o prefeito do ano (precatórios), o mocinho do ano (Pareja).
Não esqueçamos do conto do ano, em que FHC colocava a aprovação da reeleição como prioridade para não parar o país com as eleições e hoje já faz campanha eleitoral descaradamente."
José Sinésio de Morais (São Paulo, SP)

Passado a ser limpo
"Agora o lema é entrar na economia global, com respeito e dignidade. Um Brasil forte, dizem nossos políticos.
Um Brasil que possa sustentar, e até impor, seu próprio peso, tanto no mercado externo como nas decisões da diplomacia internacional.
Tamanha importância no futuro, porém, não deve ser acompanhada da irresponsabilidade perante o passado.
O Brasil, para ter o merecido respeito de seus parceiros estrangeiros, deve tratar com dignidade seus compromissos do passado, como, por exemplo, dar uma solução a essa questão do rombo ocorrido pelo fracassado jogo financeiro do extinto IBC.
Para caminhar por aí afora no futuro com a cabeça ereta temos primeiro que limpar a cara das canalhices do passado."
Guilherme Quentel (Hanover, New Hampshire, EUA)

Colosso ameaçado
"Quer dizer que o Brasil, 'gigante pela própria natureza', esse colosso de país, tem a sua estabilidade ameaçada por uma crise financeira em um país remoto chamado Tailândia, do qual não se sabe nem se possui uma seleção de futebol?"
André Luís Santos (João Pessoa, PB)

Civilidade sobre duas rodas
"Acompanhei pela Internet a manifestação dos ciclistas de São Paulo. Estou morando atualmente em Montreal, onde bicicleta é um meio essencial de transporte.
Entretanto, aqui se aplicam aos ciclistas as mesmas leis que se aplicam aos condutores de veículos. Por exemplo, dirigir com walkman no Quebec é proibido. E pedalar também.
Somos bons ciclistas ou queremos mais um espaço para provarmos nossa versatilidade diante dos outros?
Ciclovias são essenciais, mas estabelecimento de regras também."
Valério Marques (Montreal, Canadá)

Em defesa do Mais!
"Para quem fez letras, pedagogia, especialização em linguística e aprecia teatro, o caderno Mais! é o primeiro a ser lido aos domingos. A ele é dedicado o maior tempo de leitura.
Espero que a Folha não atenda ao pedido do sr. José Salles Neto ('Painel do Leitor', 6/7)."
Maria Luiza de Freitas (Cedral, SP)
*
"No 'Painel do Leitor' de 6/7, o sr. José Salles Neto diz que não consegue ler boa parte do caderno Mais!. Diz que o Jornal de Resenhas não é informativo e pergunta a quem o caderno Mais! se destina.
Ora, as reportagens culturais da Folha são das melhores do gênero. O caderno Mais! nada fica a dever a cadernos culturais como o do 'The New York Times' ou do 'Washington Post'; conta com colaboradores permanentes do calibre de Alain Touraine, Harold Bloom ou Pierre Lévy.
Muitos dos leitores da Folha não apreciariam a vulgarização do caderno, o qual aliás nada tem de hermético ou incompreensível.
Devemos buscar textos e temas de maior profundidade em vez de incentivar a ignorância ou a superficialidade.
Nada de nivelar por baixo!"
José Luís Neves (São Paulo, SP)

Alternativa correta
"Em 22/6, fui desagradavelmente surpreendido pela leitura de uma nota na coluna do jornalista Elio Gaspari na qual, de forma grosseira e gratuita, eram assacadas críticas à primeira fase do vestibular da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas.
Diz o sr. Gaspari que a questão 33, referente à área de história, não teria resposta certa dentre as alternativas apresentadas. A questão pedia aos alunos que identificassem a alternativa correta referente às características da Constituição de 1824.
Supôs o jornalista que a banca examinadora daria como correta a alternativa 'd', a mais absurda, pois afirma o caráter populista da Carta de 1824. Como registra o gabarito da prova, a correta é a alternativa 'a' -"instituiu o voto censitário, era parlamentarista e criava o Poder Moderador".
Afirma o jornalista que a Constituição outorgada de 1824 não era parlamentarista, porque o parlamentarismo 'veio depois'.
Na verdade, o fato de o parlamentarismo 'vir depois' não significa que faltavam características parlamentares à Constituição de 1824, mas apenas que não havia condições políticas para a sua aplicação.
A Carta de 1824 define o governo como um conjunto de ministros, escolhido pelo imperador, e a ser aprovado pelo Parlamento, definição esta que aparece em quase todos os modelos constitucionais surgidos na época.
O parlamentarismo foi praticado sob o manto da mesmíssima Constituição de 1824, sem necessidade de adaptações.
A EAESP/FGV é uma instituição de ensino e pesquisa responsável que recebeu a classificação AAA na avaliação do MEC, foi citada recentemente em revista especializada como a melhor escola de administração da América Latina e, como tal, é reconhecida internacionalmente."
Alain Florent Stempfer, diretor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Como se lê na nota publicada na coluna de Elio Gaspari, um ministro do Supremo Tribunal Federal (Sepúlveda Pertence) e dois ex-ministros (Célio Borja e Paulo Brossard) consideraram as cinco alternativas erradas.

Na mosca
"A Folha acertou em cheio ao entregar a Alberto Dines o espaço nobre da Ilustrada, aos sábados, que já foi ocupado por Otto Lara Resende e Antonio Callado.
A homenagem prestada na estréia de Alberto Dines aos seus antecessores é uma amostra de que a coluna vai continuar na história do jornalismo brasileiro de qualidade."
Helio Kaltman (Rio de Janeiro, RJ)

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